Ninguém pode deixar de ser criança

Já disse isso várias vezes e não canso de repetir: a infância é só uma fase, mas ser criança é uma experiência eterna. Ser criança é um estado de espírito que surge quando a gente se esquece um pouquinho dos padrões e papéis sociais que nos são impostos. É nessas horas que aquela energia positiva reprimida lá no fundo da alma desabrocha. Adultos nada mais são que crianças crescidas. Todos nós, independentemente de idade, temos uma criança adormecida lá dentro de nós. Há uma teoria elaborada por um blogueiro que diz que as pessoas param de amadurecer quando chegam aos 12 anos. Concordo com ele. Portanto, os adultos nada mais são que crianças de 12 anos com complexo de superioridade. Não há nada que um adulto faça que uma criança de 12 anos não possa fazer igual ou melhor. Não é porque deixamos a infância que passamos por uma metamorfose mágica e viramos uma coisa melhor. É por isso que eu digo que o mais infantil dos adultos é aquele que ignora a criança que há dentro de si. Você vai deixar de se divertir, de fazer macaquices e de correr pelado na chuva só porque cresceu? Deixa de ser careta, meu! Seja livre e desperte a criança que há dentro de você. Afinal, quanto mais normais as pessoas tentam parecer, mais loucas elas ficam. Você ainda é uma criança. Aceita que dói menos.

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Para quem o capitalismo deu certo

Acho engraçado essa direita pobretona dizendo por aí que o "capitalismo deu certo" apenas por ter acesso a bens de consumo. O capitalismo deu certo apenas para oito homens bilionários que concentram sozinhos metade da renda de toda a humanidade. E você se achando capitalista por ter um HB20 parcelado. É cada uma...
Enquanto isso, 108 milhões de pessoas estão passando fome nos países capitalistas, incluindo EUA e Europa. E na cabeça da direita, sabe-se lá como, isso é "dar certo".

Astrólogo dá aula aos coxinhas sobre intervenção militar

Quem conhece este blog sabe que eu não tenho qualquer simpatia pelo astrólogo da quarta série Olavo de Carvalho. Mas não posso negar que, desta vez, ele deu uma aula aos coxinhas alucinados que estão pedindo tresloucadamente por uma intervenção militar. No vídeo abaixo, Olavo mostra didaticamente porque intervenção militar é um delírio para incautos. Portanto, se os reaças não entenderem nem o que o guru aloprado deles diz, então é melhor internar de vez nossos coxinhas num manicômio, porque eles são realmente um caso perdido.

A Globo e suas eternas mentiras sobre a Petrobras

A Globo, apesar de adorar pagar de isentona, age de forma tão escandalosamente parcial que chega a constranger. Ontem, escutando o JN, fiquei impressionado como a narrativa da Globo resumiu a Petrobras a um mero negócio especulativo mostrado apenas nos números das bolsas de valores. Ao lamentar a saída de Pedro Parente, a Globo continuou insistindo naquele discurso moralista de que a atual política de preços do Golpe foi para "salvar" a Petrobras dos anos de corrupção petista. Essa é exatamente a narrativa da direita para justificar a privatização e a entrega das nossas estatais para grupos estrangeiros. É uma narrativa fácil, pobre, enviesada e de senso comum para fazer o brasileiro médio de massa de manobra e aceitar a visão dos grupos rentistas que controlam a mídia. A narrativa da Globo não defende em momento algum os interesses do povo. Cadê que a emissora dos Marinho não defende o uso dos royalties do petróleo para ser investido em educação, ou então a geração de empregos que a Petrobras traz, ou ainda a riqueza que ela representa para o nosso país? O que a Globo como monopólio de mídia defende são os interesses financistas de especuladores e acionistas. E para mostrar que a Globo está errada, vou deixar um texto brilhante do Felipe Quintas que refuta a diarreia neoliberal da Vênus Platinada e esclarece a importância da Petrobras para todos os brasileiros. Vale a pena dar uma lida:

"Na visão deturpada, irracional e perversa dos financistas, que é divulgada pela grande mídia, a Petrobras e a Eletrobras são valores abstratos em uma tela, que sobe ou desce de acordo com a movimentação do "mercado". A Petrobras e a Eletrobras não são isso. São empresas de produção, sua riqueza e sua importância não estão num pregão da bolsa e sim no trabalho e investimentos acumulados e despendidos por décadas para a prospecção do petróleo, refino em derivados e distribuição desses às pessoas, no caso da Petrobras, e de produção e distribuição de energia, no caso da Eletrobras. O valor delas não é financeiro, mas físico e social; não pode ser medido em dólar, mas em Joule, Watt, volume de produção e em incremento qualitativo da soberania, do desenvolvimento e do bem-estar nacionais.

Isso precisa ficar claro para que ninguém bem-intencionado ache correto e necessário desmantelar a estrutura material dessas empresas para sua cotação nas bolsas subir, pois quem ganha com isso não é o país mas somente os lobos de Wall Street e suas hienas da Faria Lima. Por a Petrobras e a Eletrobras serem responsáveis por literalmente movimentar o país e permitir que qualquer outra atividade exista, nem deveriam ser comercializadas em bolsas de valores, e também por isso o Estado tem por obrigação administrá-las e protegê-las da voracidade financista, para que sua finalidade seja de atendimento às demandas concretas da nação e do povo, e não à jogatina dos especuladores que veem essas empresas como mais um número, perfeitamente substituível por qualquer outro.

Em um país sério jamais se cogitaria, nem de brincadeira, privatizar a Petrobras e a Eletrobras e/ou submetê-las ao cartel internacional do petróleo e da energia sob comando das altas finanças, como as atuais e criminosas "digestões" (e não gestões) do Pedro Parente e do Wilson Ferreira Junior vêm fazendo. Já pagamos um preço elevadíssimo pela privatização da Vale, da Telebras, da CSN, da Embraer, da FNM. Privatizar a Petrobras e a Eletrobras seria enterrar de vez o Brasil e condená-lo a se tornar um Paraguai continental, se dermos a sorte de o país não se fragmentar."

Intervenção militar é coisa de república bananeira

Uma das características centrais do fascismo é a negação da política e da democracia como meios de resolver os problemas de ordem social. Os pedidos de intervenção militar que ocorrem impunemente pelo país indicam justamente essa descrença na política como real meio para solucionar os problemas de ordem social e econômica. A parte despolitizada da população acha que todo político é corrupto e que os militares são todos santinhos incorruptíveis, logo, eles (os milicos) devem tirar os políticos de lá para "moralizar" e "consertar" o país. Obviamente esta é uma ideia completamente estúpida porque além de não serem incorruptíveis, os militares permaneceram 20 anos no poder e devolveram um país ainda pior nas mãos de corruptos e entreguistas. Somente um povo que não lê e que foi alienado por décadas por uma mídia oligopolista de pior qualidade seria capaz de acreditar que os militares são solução para alguma coisa.

Eu não sei o que se passa na cabeça dos nossos coxinhas, mas sem dúvida os nossos reaças são bem piores que os reaças dos países de primeiro mundo. Nenhum reaça europeu ou norte-americano defende intervenção militar. Não existe mais essa possibilidade de surgirem ditaduras nos países desenvolvidos. Ou será que alguém imagina os franceses, ingleses, americanos ou alemães indo para as ruas pedir o exército na política? Isso seria simplesmente bizarro, impensável. Somente um país de alienados pode querer militares no poder em pleno século XXI. Ditadura militar é coisa de país de quinto mundo: coisa de república bananeira que não possui nenhuma condição de ser levada a sério. Aí os nossos coxas culpam os comunistas pelo atraso do país, sendo que nunca houve comunismo no Brasil – ou então culpam o PT e acham que tudo que houve de 2002 para trás foi lindo, maravilhoso e livre de corrupção. Sei não. Às vezes acho que o Brasil merece mesmo ter um Bolsonaro como presidente como castigo por ter a classe média mais imbecil e alienada do mundo. Nem dá para culpar as elites, porque a elite econômica só manda no país do jeito que manda porque a nossa classe média deixa e aprova. Infelizmente, nós merecemos o país que temos.