sábado, 30 de novembro de 2019

O Brasil virou um país de doidos e psicopatas


A evolução é uma mentira, o aquecimento global é uma farsa, vacinas causam doenças, a Terra é plana, os ETs fizeram as pirâmides do Egito, o mundo tem 6 mil anos, o homem nunca pisou na Lua, a escravidão foi boa para os negros, o nazismo é de esquerda, a família tradicional está sendo ameaçado pela ideologia de gênero, o marxismo cultural está sendo ensinado nas escolas, o PT implantou uma ditadura gayzista-comunista através do Foro de São Paulo, neoliberalismo não existe, a ditadura foi branda... Essas e outras pérolas têm feito parte das convicções pessoais de muitos brasileiros nos últimos anos. A principal causa disso é, julgo eu, uma mistura da falência do nosso sistema de ensino básico com a disseminação de teorias conspiratórias difundidas impunemente na internet e nos whatsapps da vida. Sem o estímulo ao pensamento crítico, sem o conhecimento da metodologia científica e sem discernimento para distinguir o certo do falacioso, boa parte da população crê piamente em todo tipo de loucura criada por gente de má índole. O resultado é essa insanidade coletiva que tem se naturalizado cada dia mais.

Brasileiro médio contaminado pelo senso comum.

Mas, infelizmente, a coisa não para por aí. Não são apenas os loucos que nos atormentam. Temos também os psicopatas, a começar pelo presidente da república que sempre demonstrou desprezo (e ódio) por mulheres, negros, índios, homossexuais e esquerdistas em geral. Como reflexo disso, mais uma pessoa (progressista) foi assassinada por motivos políticos. Depois do mestre Moa do Katendê na Bahia, agora foi a vez de um idoso ter sido espancado até a morte em Santa Catarina simplesmente por ser de esquerda. É o fascismo em seu estado cru perdendo o pudor e o controle. O fascismo nasce da ignorância e do medo, gerando loucura e psicopatia em pessoas comuns. É por isso que temos que unir forças contra o obscurantismo e contra o ódio. Somos melhores do que isso. Precisamos dar o exemplo resgatando valores nobres entre nós como a empatia, o altruísmo, o respeito, a compaixão, a generosidade, a gratidão... E se esse resgate não for feito a tempo, temo que em pouco tempo estaremos de volta à barbárie.
Outra atitude fundamental é a defesa de uma pedagogia crítica que desperte nos estudantes a curiosidade, a dúvida e o desejo de buscar a verdade através de fontes seguras ao invés do whatsapp ou de gurus aloprados que se julgam donos da verdade. A mudança para um mundo melhor depende de nós. Afinal de contas, o que é perigoso não é o grito dos maus, mas, sim, o silêncio dos bons.

0 comentários:

Postar um comentário