quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Lava Jato vai para lata de lixo da história


A decisão do ministro Dias Toffoli, da nossa Suprema Corte, de anular as provas da Lava Jato, trouxe uma reparação histórica a uma dos maiores absurdos jurídicos vistos no mundo que foi a prisão arbitrária do presidente Luis Inácio Lula da Silva em 2018. Para um leigo em ordenamento jurídico tomado pelo oba-oba anticorrupção, a Operação Lava Jato parecia algo promissor e até revolucionário. Mas para os especialistas em direito, ficou claro desde o início que a operação encabeçada por Moro, Dallagnol e companhia limitada era um embuste visando a emancipação política dos agentes envolvidos. Uma legião de juristas renomados na época já havia demonstrado, com mais propriedade do que eu seria capaz, os vícios do julgamento de Lula: ausência de provas, cerceamento do direito de defesa, constrangimento ilegal a testemunhas, enquadramento em crimes inexistentes no código penal, desvio de foro, parti pris contrário ao réu... Daí vieram as evidências trazidas pela Operação Spoofing comprovando que tudo realmente não passou de uma farsa criminosa para quebrar nossas empreiteiras e jogar Lula na cadeia para que Bolsonaro vencesse as eleições. 

Vergonha é permanecer no erro.

Se apesar de todas evidências, as pessoas continuarem achando que Moro é um herói e que Lula é um corrupto, fica claro que a política não tem mais um aspecto de diálogo e construção social, mas de atender a fanatismos de torcidas que escolhem um lado para torcer. Uma coisa é não gostar do governo Lula, outra coisa é acreditar em terraplanismo político. E sem maturidade política, não há como evoluirmos como sociedade para resolver nossos problemas e conflitos.

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