sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O "mercado" não gosta de pobre


Sim, esse Auxílio Brasil que veio para substituir por um ano o Bolsa Família é um programa eleitoreiro bolsonarista, ponto. A ideia do Bozo é ganhar votos dos mais pobres alegando que o seu programa é melhor que o criado pelo PT. Isso está mais na cara que nariz de palhaço. Mas o ponto que eu vejo pouca gente criticar nessa história é a chantagem ridícula do mercado financeiro diante da criação desse novo auxílio. O mercado (vulgo burguesia rentista) usa manipulações na Bolsa de Valores para subir o dólar e pressionar o governo contra o aumento da distribuição de renda. E a desculpa do mercado é que há risco de "descontrole das contas públicas" por furar o teto de gastos. Tá de sacanagem, né? Essa oligarquia plutocrata que compõe o mercado só se preocupa com o próprio lucro. Eles estão preocupados mesmo é que o dinheiro que está indo para os mais pobres poderia estar indo para os cofres deles via dívida pública. É só isso. O mercado é completamente FDP, egoísta, sociopata e mentiroso. Se depender da nossa casta rentista, pobre morre de fome para que juros, lucros e dividendos cresçam eternamente para beneficiá-los. É por isso que eu tenho tanta ojeriza ao sistema capitalista. Ao invés de discutirmos sobre a criação um programa de redistribuição de renda universal permanente, temos que sacrificar os mais necessitados para deixar esses merdas mais ricos ainda.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Mesmo que vença, Ciro Gomes não triunfará


Permanecer vivo na disputa política para se tornar presidente da república é algo que exige estômago e sangue frio. E é exatamente isso que estamos vendo diante das recentes trocas de agressões entre Ciro Gomes e Partido dos Trabalhadores. O atual presidente da república já conta com mais de 50% de rejeição, o que praticamente o impossibilita de se reeleger. Isso significa que se o inominável não fizer a burrada de concorrer ao planalto outra vez, a missão então de ser o "anti-Lula" na próxima eleição será passada para o candidato com maior número potencial de votos numa eleição sem Bolsonaro. E esse candidato é o Ciro Gomes. Com os ataques ao PT, Ciro espera ganhar votos dos antipetistas e de parte dos Bolsonaristas para se garantir no segundo turno. Essa estratégia possivelmente irá alavancar sua candidatura, porém, mesmo que ele vença um eventual segundo turno, ele terá um problema: a governabilidade.

Sem apoio do PT, da esquerda, dos movimentos sociais e de boa parte dos progressistas, um Ciro Gomes antipetista presidente terá que governar junto com reaças, neoliberais e a parte mais fisiológica do centrão. E isso, na minha opinião, será muito ruim para o Brasil. Ainda que um eventual governo Ciro Gomes seja muito melhor que um governo Bolsonaro, ainda assim será complicado governar um país devastado pelo bolsonarismo sem apoio da ala progressista.

Mas o meu palpite é que o candidato petista vencerá a próxima eleição de qualquer jeito, porque nenhum outro candidato tem potencial para vencer numericamente o PT. Acho que a saída da burguesia brasileira será ou engolir novamente o PT, ou tentar caçar a chapa petista após a eleição para manter seu projeto neoliberal de pé através de um novo golpe brando.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O melhor mod de Witcher 3


A produtora do lendário game The Witcher 3, a CD Projekt Red, prometeu que em breve o game receberá atualizações e novas dlcs para todas as plataformas. Mas para os usuários de PC que não quiserem esperar, já contamos com diversas modificações para o jogo disponíveis no Nexus Mods. Apesar de não curtir muito usar mods, no caso de games como Witcher 3 eles se fazem necessários por aumentarem a longevidade do jogo. Existem muitos bons mods para TW3, como os mods de aprimoramento gráfico e o Enhanced Edition, sendo que este último modifica bastante a gameplay. Mas o meu mod favorito para o jogo é o Multi Companion Mod. Este mod é uma espécie de debug mode que permite a inserção (spawning) de vários personagens simultaneamente que acompanham o bruxeiro Geralt em suas aventuras pelos mapas. Você pode incluir desde aliados, inimigos e até monstros para ajudar na exploração do game. Mas o mais bacana deste mod é que ele coloca velhos aliados do bruxeiro como moradores permanentes de sua propriedade em Corvo Bianco. Quem assistiu aquele vídeo comemorativo dos 10 anos da série vai adorar ver a casa cheia de npcs circulando por lá. E o melhor é que eles podem seguir Geralt aonde ele for enquanto ficam repetindo falas aleatórias. Inclusive, é possível trocar beijos, abraços e otras cositas mais com as personagens mais íntimas do bruxão. Dá para dizer, com certo exagero, que este mod meio que transforma o game num The Sims medieval.

Uma cena possível somente através de mods.

É possível também usar este mod em conjunto com o debug mode original (console mode) que é habilitado sem mods apenas mexendo em alguns arquivos de inicialização do game no PC. Neste caso, dá para transformar o game numa espécie de Ultimate Epic Battle Simulator, onde podemos fazer duelos insanos de 50 carnicais contra 50 afogadores, ou entre 15 Eredins contra 10 Dettlaffs, ou ainda 20 aliados aleatórios contra todos os chefes do game ao mesmo tempo. 

Como nem tudo são flores, este mod buga com frequência com npcs desaparecendo, ficando invisíveis ou em T-pose. Em caso de inserir npcs demais, o jogo pode travar e fechar sozinho. Outro ponto negativo é que a conquista de troféus fica desabilitada, já que usar mods é uma espécie de trapaça. Mas de um modo geral, o mod é muito divertido, ainda mais quando podemos trocar o Geralt pela Ciri e usar os poderes dela em combate através do modo console. E não foi por acaso que graças a este mod eu passei das 1.000 horas jogadas dessa obra-prima dos games. 

Corvo Bianco fica bem melhor assim.

Então se você já zerou o game várias vezes (incluindo as expansões), se já conseguiu todas as conquistas e quer se divertir mais com ele, eu recomendo este mod. Se não gostar, é só desinstalar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Bolsonaro já era


Ainda falta um ano para as eleições de 2022, mas pelo andar da carruagem já dá para perceber que as chances de reeleição do atual presidente da república estão se tornando cada vez menores. As pesquisas mostram que o inominável já conta com menos de 30% das intenções de voto e seu governo tem sido cada vez mais mal avaliado pelos brasileiros. Como a tendência é que os preços de alimentos, gás, energia e combustíveis continuem a subir e o auxílio emergencial seja extinto em breve, pode ter certeza que a coisa ainda vai piorar para o presidente. Outro aspecto que complica ainda mais o presidente é que os jovens que tinham entre 12 e 15 anos de idade quando ele se elegeu em 2018 já poderão votar em 2022. Ora, um presidente que pouco ou nada faz pelos jovens, que se opõe a movimentos sociais formados predominantemente por jovens (movimentos feminista, negro, lgbtqia+) e que chegou ao cúmulo de vetar até mesmo a distribuição de absorventes para estudantes de baixa renda não terá muito apoio desse novo grupo de eleitores. Fora que muitos bolsonaristas negacionistas morreram de covid-19 e serão votos a menos para ele. Aí você pega a derrota que Trump sofreu nos EUA e percebe que o inominável também não terá apoio formal dos EUA. 

O resumo da ópera é que possivelmente teremos um segundo turno em 2022 entre um candidato petista (Lula, mais provavelmente) contra um da "terceira via" (provavelmente Ciro Gomes). Os candidatos da direita tradicional (Eduardo leite, João Doria, José Serra, Sérgio Moro, Luciano Huck, João Amoedo) estão todos enfraquecidos e certamente irão dançar no primeiro turno. Então o mais sábio para o Bolsomorte é desistir da reeleição e tentar uma vaga no senado para manter a imunidade parlamentar e fugir da punição de seus crimes. A menos, claro, que ele leve outra facada para se vitimar e o povo brasileiro seja masoquista.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O lucro das empresas é a fome do povo

 

A capa recente do jornal Extra traz uma reportagem chocante exibindo uma cena muito comum no capitalismo: a face cruel da fome. Na imagem da capa, pessoas em situação de insegurança alimentar aparecem tendo que catar restos de pelanca e ossos para ter o que comer. E não estamos falando de um país pobre da África Subsaariana, mas sim do Brasil. 

Eu nem vou usar isso como desculpa para atacar o governo atual, porque o problema vai além do bolsonarismo. É estrutural que pessoas precisem passar fome no capitalismo, porque isso gera lucro para quem vende alimentos. Não é à toa que toneladas e mais toneladas de alimentos prontos para o consumo precisam ser incinerados para manter o preço da comida competitivo. Só há lucro porque há fome. E depois os capitalistas sem capital vêm criticar Cuba e Venezuela: dois países que mesmo sofrendo sanções, bloqueios econômicos e embargos para não prosperarem, conseguem evitar cenas deploráveis como a da capa do jornal Extra. Enquanto isso, países capitalistas que nunca sofreram com restrições econômicas, tais como EUA, Suécia e França – só para ficar em três exemplos – têm uma fatia considerável de sua população passando fome. E depois ainda me perguntam por que eu virei um anticapitalista...

No caso do Brasil, é necessário expandir e prorrogar o auxílio emergencial para que cenas como essas não voltem a castigar o nosso povo. Mas com um bando de políticos egoístas mais interessados em manter a porcaria do teto de gastos e nas reformas antipopulares, infelizmente, fazer três refeições por dia vai continuar a ser um privilégio.