terça-feira, 27 de outubro de 2015

O medo do PT


Na manhã de hoje, lendo as manchetes tendenciosas de um jornal de grande circulação, eu me deparei com a notícia de que "Lula nunca esteve num momento tão ruim na história deste país", com um índice de rejeição de 55% no Ibope. A primeira coisa que eu me perguntei foi: quem quer saber se um ex-presidente tem índice de rejeição alto? Ou melhor: para que colocar o nome do ex-presidente da república numa pesquisa dessa e jogar o resultado na capa de um jornal? Será que os antipetistas estão tão receosos que precisam detoná-lo antes de uma suposta volta do mesmo? Mas o pior dessa pesquisa nem foi isso. O pior mesmo foi ver que o menor índice de rejeição, sabe-se lá por que, foi justamente o do senador Aécio Neves com "apenas" 47%, segundo a pesquisa. E Aécio, para quem não soube ou fingiu não saber, está envolvido em uma série de denúncias que vão desde o caso do helicóptero dos Perella indo até a Lista de Furnas. Ainda que não exista nada comprovado contra o senador tucano, também não há nada comprovado contra o ex-presidente Lula. Mas, estranhamente, a mídia só "bate" no PT, no Lula, na Dilma e, mais recentemente, no presidente da Câmara. A mídia, ao que me parece, tem feito uma lavagem cerebral bastante eficiente para maquiar que Lula é pior que Aécio. Daí que me perguntam por que eu não falo mal do PT. E aí eu respondo: falar mal do PT para quê? Dar uma de papagaio da mídia golpista para quê? Falando nisso, atacar o PT está tão na moda que praticamente virou uma profissão. Tem gente por aí fingindo que é antipetista na internet só para ganhar mais visualizações, seguidores e inscritos: como se xingar o PT fosse evidência de sapiência. É ridículo. Falar mal do PT virou moda em 2015, assim como usar pochete também já foi lá pelos anos 80. E eu não gosto de fazer chover no molhado. Já tem gente demais querendo a extinção do PT e eu me recuso a fazer o mesmo, porque esse pensamento de manada é típico de quem costuma reclamar mais do que fazer algo para mudar as coisas. Eu prefiro fazer uma contracorrente e atacar aqueles que a mídia costuma poupar, como a bancada evangélica e essa oposição oportunista que anda mais suja que privada de banheiro público. Não gosto de ser só mais um com opiniões óbvias e críticas redundantes. Eu tenho orgulho de pensar com a minha própria cabeça.

Enfim, o que tem para hoje é isso. Estou com vários posts na lista para serem escritos, mas tenho andado sem tempo e sem ânimo para publicá-los. Quando as coisas melhorarem, eu volto a postar com mais frequência neste blog.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Os melhores trailers de games

Last Guardian: trailer que causa frisson nos fãs até hoje

Já estou há algum tempo sem postar nada no blog devido à falta de tempo. Sei que há temas interessantes - especialmente sobre política - que eu gostaria de tratar com mais urgência, mas como o tema games é mais suave e mais divertido, então resolvi dar uma atenção a ele neste momento.

Há pouco tempo atrás, assisti a alguns trailers de um tal de The Witcher 3: The Wild Hunt que saiu para PC e consoles em meados deste ano (2015). O trailer deste jogo me impressionou bastante e resolvi pesquisar mais sobre o game para saber se ele realmente valia à pena. Eu descobri que o jogo é um RPG de mundo aberto que mais parece um GTA medieval. E apesar de eu nunca ter gostado muito de games de RPG, exceto de Legend of Zelda (N64) e Pokemon (Gameboy), este game se mostrou atraente o suficiente para que eu o adquirisse numa promoção do Steam. E confesso que não me arrependi nem um pouco de ter jogado este game. Mas o ponto interessante nessa história é que The Witcher 3 foi mais um jogo que eu resolvi comprar por influência do seu trailer. E isso me fez lembrar de outros games como Shadow of The Colossus (2005), Spore (2008), Tomb Raider (2013) e outros games que adquiri devido ao seu trabalho de marketing e a qualidade dos trailers, especialmente os apresentados na E3.

Pensando nisso, resolvi deixar a seguir alguns trailers que me influenciaram a comprar seus jogos. Talvez, por isso, que a indústria de games hoje seja mais rica que a indústria de filmes. Saca aí:

Shadow of The Colossus


Spore


Tomb Raider



The Witcher 3 



E como menção honrosa eu citaria o trailer de Kara, da Quantic Dream que mostra como uma simples apresentação pode ser emocionante:


terça-feira, 29 de setembro de 2015

O "inimiguismo"


Conta-se que Albert Einstein teria dito ser mais fácil desintegrar o átomo do que acabar com os ódios na sociedade. E não é para menos, além das brigas irracionais entre as torcidas organizadas e essa polarização política exacerbada que citei no post passado, ainda temos que aturar veganos odiando carnistas, carnistas odiando veganos; Ku Klux Klan odiando negros, Panteras Negras odiando brancos; mascus odiando mulheres, radfems odiando homens; terroristas odiando os EUA, os EUA odiando os terroristas; israelenses odiando palestinos, palestinos odiando israelenses e assim o ciclo de ódio sem fim se perpetua geração após geração. Isso precisa de um basta, pois como Gandhi já dizia: "olho por olho e o mundo vai acabar cego". Não podemos mais continuar usando ódio para combater ódio. Temos meios melhores para resolver os nossos conflitos.

Parece, pelo menos aos meus olhos, que o ódio é uma respostas instintiva e irracional que acaba sendo criada e alimentada pelo ambiente em que estamos imersos. Toda cultura tem seus preconceitos e rivalidades odiosas que são passadas de geração para geração como se fossem um herança maldita. Penso que é como se tivéssemos uma propensão inata, como se fosse uma espécie de "gene não ativado", para odiar algo - e esse ódio é "ativado" quando somos alimentados e compelidos pela cultura para sentir raiva contra algum grupo humano específico. O racismo, a misoginia e a homofobia são grandes exemplos disso. Não existe nenhum motivo racional plausível para odiarmos pessoas por seu sexo, por sua cor de pele, por sua orientação sexual ou pelo que quer que seja. Mas mesmo assim esses ódios são naturalizados e vistos cotidianamente por aí em quase todos os lugares. E, infelizmente, não estou falando de neonazistas, mascus ou qualquer grupo mais radical. Estou falando de pessoas comuns que agem de forma preconceituosa e raivosa simplesmente porque esse se tornou o modus operandi da sociedade. E é exatamente este o problema: o ódio se tornou tolerável ou, pior ainda, virou uma regra. A cultura do ódio desperta rancores desnecessários e nos faz enxergar inimigos imaginários em pessoas que não são nossas inimigas, fato este que eu chamo de inimiguismo. Mas, para nossa sorte, eu acho que esse inimiguismo tribal e ancestral que retroalimenta preconceitos e rixas tem cura. E a cura para ele é a sua força exatamente oposta: o amor.


Parafraseando um tal de Nelson Mandela, eu afirmo sem medo de errar que ninguém nasce odiando. As pessoas APRENDEM a odiar. E se as pessoas aprendem a odiar, elas também podem aprender a amar. Precisamos de mais altruísmo, mais solidariedade, mais respeito, mais empatia e mais amor. Ódio não gera outra coisa que não seja ódio. Só o amor pode mudar o mundo. E como já dizia também o tal Mahatma Gandhi: "Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo". Temos que parar de combater pessoas e passar a combater as verdadeiras causas dos preconceitos, injustiças e desigualdades, que são a violência, o egoísmo e a intolerância. Devemos parar de odiar e passar a amar as pessoas. Só assim teremos alguma chance de sobrevivermos a nós mesmos como espécie neste planeta. Mas se isso tudo estiver muito confuso, basta apenas se lembrar de amar: amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Isso basta.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Coxinhas e petralhas: será mesmo que merecemos isso?


Para quem não entende muito de antropologia, história e biologia evolutiva, gostaria de informar que os seres humanos são animais tribais travestidos de seres civilizados. Sabemos que a nossa espécie é naturalmente gregária porque ela passou a maior parte dos seus 200 mil anos de existência reunida em pequenos bandos, clãs ou tribos que, na maioria das vezes, mal chegava aos 150 indivíduos. Esses pequenos aglomerados populacionais foram formados desde os tempos das savanas para aumentar as chances de sobrevivência diante das intempéries e adversidades da natureza. E entre as muitas adversidades estavam as disputas contra grupos rivais por alimento, território ou outros recursos. Sempre tivemos essa inclinação tribal de nos sentir parte de um grupo específico e de hostilizar outros. Aí viramos sedentários, veio a revolução agrícola, a propriedade privada, a produção de excedentes, as indústrias e o resto você já sabe. Só que da Revolução Neolítica para cá se passaram menos de 10 mil anos. Ou seja, dos 200 mil anos de existência do homo sapiens, a nossa espécie passou apenas 10 mil anos como civilização propriamente dita. Sabe qual é o resultado disso? É que nós usamos até hoje os nossos instintos tribais para nos dividir em grupos afins e arrumar confusão com grupos opositores. Os exemplos disso são muitos: bairrismo, xenofobia, racismo, brigas de torcidas, intolerância religiosa, fanatismo ideológico, fanatismo musical e, claro, a polarização política.
O problema da militância política no Brasil é que ela ganhou uma rivalidade típica de torcidas organizadas. Nós somos o país do futebol e da herança classista colonial, daí que levamos esses (e outros) comportamentos tribais da nossa cultura para a política e o resultado é esse desastre que aí vemos. É petralha agredindo coxinha e coxinha agredindo petralha em nome do quê? Em nome de convicções políticas que não são representadas pelas pessoas que elegemos nas urnas. É ridículo ver gente achando que o PSDB é de direita, mesmo quando os tucanos apoiaram (e apoiam) os regimes de Hugo Chávez e Fidel Castro. E é triste ver gente achando que o PT é de esquerda, mesmo quando o PT está pouco se lixando para reforma agrária e para o lucro exorbitante dos banqueiros. O que estamos fazendo é projetando as nossas aspirações e idealizações políticas em candidatos e partidos que não nos representam. Estamos votando e defendendo fanaticamente o que, aos nossos olhos, é "o menos pior". Mas será que é isso mesmo que a gente merece? Óbvio que NÃO!


Essa polarização equivocada e picaresca que vemos na política é fruto de uma política de coligação onde quem governa não é um partido, mas, sim, uma chapa. E só temos duas grandes chapas com possibilidade vitória: a liberal, defendida pelos tucanos; e a progressista, atrelada aos petistas. Mas nenhum desses dois partidos realmente é o que se propõe a ser. Os partidos são verdadeiras marionetes de algo maior: a plutocracia. Os ricaços, os grandes proprietários e as mega corporações são que mandam nos partidos, porque financiam suas campanhas direta ou indiretamente. Em resumo, é que como se o sistema fosse um grande circo: nós somos a plateia, os políticos são os artistas do picadeiro e os donos do circo são os magnatas que financiam essa grande armação. Os impostos são o ingresso desse circo que vão, em grande parte para os donos do circo através da dívida pública. Na verdade, quem está sendo feito de palhaço somos nós, o povo. Daí que colocam dois grupos de palhaços fingindo que têm lados opostos e nós - como bons manipulados que somos - começamos a torcer para um lado ou para o outro, mas no fim das contas dá tudo na mesma porcaria. O PT está fazendo a mesma coisa que o PSDB teria feito se tivesse vencido as eleições. O povo é sempre quem se ferra. Enquanto isso, os donos do circo estão faturando bilhões e bilhões às custas da nossa alienação.


É claro que temos uma preferência com relação ao modo pelo qual o país é governado. O modelo semi-keynesiano do PT e o modelo meio-liberal do PSDB são opções diferentes que interferem de forma sutil no sistema como um todo. Mas o principal continua: a falta de aderência e de transparência. Veja o meu caso por exemplo: eu, que sou keynesiano, nutro mais simpatia pelo PT, mas nem brincando que o PT me representa. E eu nem vou falar de corrupção, porque isso aí é um mal generalizado não só para os partidos políticos, mas também para toda a sociedade do "jeitinho brasileiro".
Temos que fazer uma reforma política para acabar com essa politicagem de coligação nefasta que há no país. Nesse sistema de coligação partidária somos obrigados a passar a eternidade tendo que escolher o menos pior entre os mesmos de sempre e sempre dando evidência ao maior vácuo ideológico da política brasileira que é o PMDB. Infelizmente, não existe governo nesse país sem os parasitas do PMDB, porque a bancada deles é sempre a mais numerosa. E quem tem maioria no legislativo é que manda no país. Por isso precisamos de mais partidos que realmente nos representem e atendam os nossos anseios.
Outra coisa indispensável a ser feita é acabar com a doação de valores exorbitantes para campanhas eleitorais. Isso é um mal que corrompe a política, porque obriga os políticos de rabo preso a fazer trocas de favores através de superfaturamentos e especulação mobiliária. Se houver doação para campanhas, ela deve ser feita por pessoa física e com um limite acessível à maioria da população para, dessa maneira, não servir para financiar exclusivamente essa plutocracia escrota que rouba o país desde o seu descobrimento.
A única coisa que não pode acontecer é ver brasileiros se colocando uns contra os outros como se estivéssemos numa espécie de guerra civil ideológica do "bem" contra o "mal", onde cada lado é tão diferente um do outro quanto o seis é da meia dúzia. O PT só está há doze anos no poder com ameaça de levar uma puxada de tapete do PSDB porque esses dois partidos são os que monopolizam o debate político de apenas duas frentes. Se tivéssemos pelo menos uns seis partidos com chances reais de eleição, duvido que as coisas estivessem tão centradas neste maniqueísmo tribal onde os únicos que lucram são os próprios políticos e, claro, a pequena minoria lá de cima da pirâmide social que coleciona fortunas às custas do suor, do sangue e das lágrimas de todos os trabalhadores.

Este é o circo que você sustenta

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sim, sou de esquerda e repudio o Fascismo no Brasil


Algumas pessoas não gostaram dos meus últimos posts sobre política, alegando que eu estou sendo parcial e estou defendendo ideias "distorcidas" para atacar a direita. Eu já disse em outros posts e volto a afirmar que sou um homem de esquerda e, naturalmente, a minha opinião contrasta com a de quem pensa diferente. A realidade, independente da nossa opinião, é uma só. Todo o resto são versões: e esta é a minha versão. Apenas isso. Se discorda, o espaço nos comentários está aberto para um debate cordial.

Eis aí bons motivos para ser de esquerda ou, pelo menos, humanista

Por que sou de esquerda?
Certa vez, me perguntaram por que eu não me preocupo em ficar rico ao invés de perder tempo e dinheiro defendendo os pobres. Eu defendo os pobres e os trabalhadores porque eu penso primeiro no coletivo, nas pessoas como um todo - depois é que eu penso nos indivíduos isoladamente. Ser egoísta e ostentar com o nosso consumismo capitalista desenfreado não é a minha praia. Prefiro que os mais pobres tenham uma vida digna do que passear de Ferrari em Miami. Não tem sentido ser feliz sozinho num mundo cão. Além disso, eu não gosto do elitismo e da competição; eu prefiro a cooperação, porque ela nos une a uma causa comum pelo bem de todos. Pode ser até uma conclusão equivocada minha, mas acho que ser de esquerda é mais uma questão de empatia do que uma questão política propriamente dita.
Outro raciocínio incrivelmente besta vindo da direita é o de que eu tenho que dar tudo que eu tenho para os pobres para ser coerente com a minha ideologia. Esse pensamento é uma piada, porque além dele ser muito mais cristão do que socialista, dar dinheiro aos pobres não resolve problema algum, porque o sistema continua o mesmo. De que adianta viver num mundo onde eu sou podre de rico se existem tantas pessoas morrendo de inanição e dependendo da boa vontade dos outros para poder ter um prato de comida? Dar dinheiro aos pobres não resolve o problema. Seria necessário mudar o sistema inteiro para que cada pessoa pudesse, ao invés de receber o peixe, aprender a pescar e a ganhar um salário justo por isso. 
Não sou individualista. Não posso viver em sociedade ignorando o sofrimento da maioria que sequer faz duas refeições por dia. Como progressista, eu defendo o fim das injustiças sociais e que ninguém confunda isso com fazer voto de pobreza.

Raio X do reacionário típico que adere sem perceber ao fascismo

Sim, o Fascismo cresce no Brasil
Outra coisa que algumas pessoas podem ter se incomodado foi quando eu disse que precisamos tomar cuidado com o fascismo no Brasil. E quando eu disse isso, não estava exagerando ou distorcendo o conceito de fascismo. Quem distorce o significado real do fascismo é a direita reacionária e seus "filósofos" (Olavo e Pondé são bons exemplos). Eles dizem que o fascismo, assim como o nazismo, era de esquerda, sendo que todos os grupos fascistas e neonazistas que existem hoje no mundo sentem uma aversão brutal por Marx, pelo socialismo, pelo comunismo, pelo Foro de São Paulo e por qualquer movimento que tenha qualquer ligação com a esquerda política. Inclusive, isso me lembra uma frase:

 "Os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas."
(Winston Churchill)

Se alguém duvida que o fascismo é de extrema direita, basta ver os cartazes anticomunistas que foram colados nas ruas de Niterói com mensagens nazifascistas e ataques a minorias. Neles há várias mensagens ameaçadoras que foram espalhadas num ponto da cidade, como mostra esta reportagem. Fora sujeitos como Jair Bolsonaro, por exemplo, que são verdadeiras aberrações fascistas. Muitas pessoas ingênuas têm sido levadas pelo discurso fascista sem perceber e isso é extremamente perigoso não só para democracia, mas para todos que forem minimamente diferentes dessa escória racista, preconceituosa e xenofóbica de ultradireita.

Cartaz inspirado no nazismo e na Ku Klux Klan em Niterói

Fontes das notícias:
-Cartazes de grupo inspirado na Ku Klux Klan fazem ameaças a minorias em Niterói
-Bolsonaro vê imigrantes como “ameaça” e chama refugiados de “a escória do mundo”