terça-feira, 18 de agosto de 2015

A inocência da classe média


Não vai ter golpe. Seja impeachment, monarquia, ditadura, renúncia: nada disso vai ocorrer. A presidente Dilma Rousseff não vai sair do poder por mera pressão popular da classe média. Não é assim que as coisas funcionam no nosso sistema. Quem manda no sistema é a plutocracia juntamente com os três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Em 1964, quando houve o golpe militar, legislativo e judiciário foram "financiados" para isolar Jango, autorizando as forças armadas a tomarem o poder. Em 1992, mais uma vez o legislativo e o judiciário isolaram Fernando Collor para dar o impeachment. A presidente Dilma não está mais isolada. Com o "pacote salva-Dilma" proposto por Renan Calheiros e a articulação com o judiciário e a base aliada, o governo do PT está desmontando todo o clima que favoreceria ao golpe. Temos também o carrasco do PT, Eduardo Cunha, sendo cada vez mais desmoralizado e isolado. E a gota d'água foi quando alguns membros da elite econômica (entre eles, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco) se posicionaram contra o impeachment, porque ele geraria instabilidade no processo constitucional, diminuiria os investimentos, abalaria a confiança no país e, consequentemente, os lucros dos bancos.
Contrastes...
O que a classe média precisa entender é que ela sozinha não tem moral para nada. O que essas manifestações mostram é que além de inocente, a classe média não está atacando o sistema que alimenta a corrupção em sua essência. O que vejo são um bando de filhinhos de papai, eleitores do tucanato e que possuem uma indignação seletiva por serem anti-PT (são contra a corrupção, desde que ela seja do PT) querendo nadar contra a correnteza. Para mudar o país, todos nós precisamos ser contra a manipulação financeira do processo político e contra a corrupção de TODOS os partidos. Um passo grande a ser dado é ser contra o financiamento empresarial sem limites das campanhas eleitorais. Se o financiamento fosse privado - desde que feito por pessoa física e com limite de valor de doação - aí, sim, a classe média teria chance de ter as suas reivindicações atendidas. Enquanto isso não ocorrer, apenas as mega empreiteiras, mega corporações e bancos é que vão continuar decidindo o futuro político do país.

"Foje"

Sobre as manifestações de 16/08
Moralidade seletiva
A revolta da classe média nas ruas, também chamada de "carnacoxinha" pelos mais gaiatos, mais parecia uma micareta reacionária. Tinha de tudo: tucano, integralista, fascista, regressista, alienado, olavette, membros da TFP, gente a favor da ditadura, gente a favor da monarquia, ultraconservador, enfim: tudo que há de mais reacionário e esquerdofóbico no país (geralmente, e por ironia, usando o abadá da corrupta CBF). Para saber mais sobre o perfil dos manifestantes, basta dar uma olhada nos gráficos nesta matéria da Folha. Note que a renda que prevalece entre 77,93% desses manifestantes oscila de R$ 2.364 até R$ 39.400 - e que a maioria (75%) se declara "branca". É preciso dizer mais alguma coisa? Pela ideologia dessa gente e pela falta de maturidade política, dá para se perceber que não tinha como essa manifestação dar em alguma coisa. Fora que os manifestantes não propuseram medidas para resolver o problema da crise e da corrupção no Brasil. A única coisa que gritavam em massa era o hino nacional (quase sempre errado) e "Fora PT". E depois reclamam que o povo pobre é alienado. Putz...

A seguir, um vídeo para brincar um pouco com a ignorância dos manifestantes:






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