quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Betelgeuse está agonizando


Nunca uma estrela causou tanto alvoroço em nossa história recente quanto a estrela Betelgeuse tem causado nas últimas semanas. Quase todos os portais de notícia estão falando sobre ela e muito tem se comentado sobre a mesma na internet inteira. Tudo isso por uma razão simples: a estrela está prestes a explodir a qualquer momento numa supernova. E não será uma supernova qualquer, será uma supernova relativamente próxima da Terra (cerca de 650 anos-luz de distância do Sol) que ocorrerá na estrela mais importante da constelação mais famosa (Constelação de Orion) vista da Terra. Isso sem falar que Betelgeuse é uma das vinte estrelas mais brilhantes do céu visível a olho nu. Isso dá uma ideia do porquê de tanto frisson a respeito deste astro.
Até hoje ocorreram pouquíssimas explosões de supernova observadas na nossa galáxia desde a invenção do telescópio e nenhuma delas ocorreu tão perto da Terra. Se a estrela supergigante vermelha Betelgeuse realmente explodir, em seu lugar no céu surgirá um brilho tão radiante quanto o da lua cheia, podendo ser visto até pela manhã.

Betelgeuse fica logo acima do cinturão de Órion (Três Marias)

O que causou todo esse hype sobre essa estrela foi a oscilação em sua magnitude e a detecção de ondas gravitacionais típicas de supernovas próximas de onde fica a estrela – sinais esses dados normalmente por uma estrela pouco antes de sua morte. E isso está acontecendo justamente durante o período final de existência dessa estrela supermassiva que terminará seu ciclo de vida explodindo. O problema é que apesar da estrela estar próxima de explodir, essa explosão (que já pode até ter ocorrido) poderá levar até 100 mil anos para acontecer. Isso porque na escala do cosmos, 100 mil anos é um período de tempo muito curto e não há como ser exato sobre em que ponto específico do tempo a estrela vai morrer.
A minha torcida é que a supernova ocorra em, no máximo, algumas décadas, para que eu possa fazer parte da sortuda geração que vai presenciar a explosão de uma supernova na nossa própria galáxia. E isso seria um fato histórico quase tão relevante quanto o de encontrar vida fora da Terra.

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