quinta-feira, 8 de julho de 2021

Bolsonaro e FFAA já deram o que tinham para dar


Todo mundo está vendo o desespero do presidente da república frente às acusações de peculato e prevaricação, além, claro, da sua vertiginosa queda de popularidade. Como surtar e atacar jornalistas não melhora muito a situação dele, Bolsonaro resolveu acenar ao mesmo tempo para o mercado, com a privatização dos Correios e da Eletrobras, e para o povo, com a prorrogação do auxílio emergencial. Por outro lado, para manter o gado entretido, aumentaram também as fake news, as ameaças descaradas à democracia, a caçada imaginária aos "comunistas" e a agressividade contra a imprensa. Essa epopeia segue desde 2019 e tem funcionado muito bem no plano maquiavélico de manter a familícia no poder. Porém, a grande pedra no sapato bolsonarista tem sido essa CPI da Covid. É óbvio que a CPI não derrubará Bolsonaro, mas causará um desgaste muito grande de sua imagem, ameaçando, inclusive, a sua derrota em 2022. Apesar de estar sabendo fazer o jogo do "toma lá, dá cá" para se manter no poder, o presidente sabe que se reeleger não será fácil. E é aí que entra o componente mais volátil dessa conjuntura que são as Forças Armadas. São as Forças Armadas que estão dando suporte para o presidente se manter no cargo com ameaças de anular as eleições e implantar uma ditadura. E acho que esse é que é o maior problema.

Ninguém nunca votou nesses militares para que eles chegassem ao poder e não há nenhum artigo na Constituição que determine que as FFAA devam tutelar a república e ameaçar a democracia. A função das instituições militares não é política, mas, sim, de DEFESA. Essa politização das FFAA é algo inadmissível dentro de uma democracia. Misturar militares com política nunca deu certo em lugar nenhum do mundo. Apesar disso, os generais seguem dando as cartas, protegendo Bolsonaro, defendendo a impunidade entre os milicos, se envolvendo nas enrascadas do governo e apontando seus canhões contra qualquer ação legal que os incomode. O Brasil já está farto desse autoritarismo mequetrefe do partido fardado. As forças democráticas precisam agir com contundência e autoridade diante dessas intimidações ilegais do generalato. Quem deve mandar no Brasil não são os coturnos e fuzis. Quem deve mandar no Brasil é a classe trabalhadora. Basta de milicocracia!

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