terça-feira, 28 de novembro de 2023

Como sobreviver a uma tempestade geomagnética


Se você achou que a pandemia do coronavírus foi a pior coisa que poderíamos enfrentar nesta década de 2020, pode apertar os cintos que vem coisa muito pior por aí. Duvida? Então imagine ter que passar semanas, meses ou até anos sem telefone, sem internet, sem GPS, sem energia elétrica, com caos generalizado no mundo e com um colapso nas telecomunicações nunca visto antes na nossa história. Imagine incontáveis noites de blecaute global e um prejuízo de trilhões de dólares que só seríamos capazes de nos recuperar décadas depois. Imaginou? Tenso, não? E não: isso não é alarmismo e nem tema para um novo filme apocalíptico de Hollywood.

Infelizmente, existe a possibilidade real (cerca de 12% de chance) do Sol emitir uma violenta ejeção de massa coronal (EMC) na direção do nosso planeta dentro dos próximos dois anos. E são justamente essas EMC que podem causar todo o cenário apocalíptico descrito anteriormente. Ejeções de massa coronal ocorrem todos os anos, mas como Sol estará no pico máximo de sua atividade em meados desta década, estamos correndo o risco de ter nossos satélites, equipamentos eletrônicos e rede elétrica severamente afetados por este fenômeno. 

Na última vez que isso ocorreu, no ano de 1859, a tempestade solar causou uma pane geral nos sistemas de telégrafos num incidente que ficou conhecido como Evento de Carrington. Além disso, auroras boreais foram vistas em baixas latitudes, chegando a fazer a noite parecer dia. Se o mesmo fenômeno se repetir na era digital, viveremos um verdadeiro apocalipse tecnológico que poderá levar anos para voltar à normalidade. Mas o que fazer para minimizar esse estrago?

O Sol poderá nos levar de volta para o século XIX.

O Sol está sendo monitorado constantemente pelos nossos satélites e telescópios. Por isso, qualquer erupção solar é detectada com várias horas de antecedência, porque a velocidade das partículas carregadas é menor que a velocidade da luz, dando tempo para preparamos nossas defesas. O problema é que é impossível proteger todas as nossas estruturas eletrônicas. De um jeito ou de outro, iremos ficar sem internet e sem energia elétrica por tempo indeterminado, voltando no tempo, tecnologicamente falando, para o início do século passado. Em todo caso, podemos tomar algumas medidas desde agora para minimizar o estrago. 

A primeira coisa a se fazer é um backup dos nossos dados digitais em sistemas de armazenamento offline, já que as informações armazenadas em servidores poderão simplesmente desaparecer ou ficar inacessível por anos. Senhas, textos, artigos, planilhas, códigos, músicas, vídeos, fotos, trabalhos e tudo que houver em formato digital precisa estar salvo em mais de uma fonte segura, de preferência. 

Cena comum após uma tempestade geomagnética.


A segunda coisa a se fazer é ter em casa painéis solares e algum sistema onde possamos armazenar a energia captada para usar quando não tiver luz solar. Existem painéis solares mais simples e baratos que são vendidos em sites especializados e darão conta, pelo menos, de manter seu smartphone carregado e um ventilador para não morrer de calor nesse verão escaldante. Baterias, recarregáveis de preferência, poderão ser utilizadas para armazenar energia (isso inclui o uso de nobreaks). Outra opção mais cara é adquirir geradores de energia movidos a diesel. Existem geradores de vários tipos e tamanhos que darão conta do básico como geladeiras e aparelhos eletrônicos. Se isso for caro demais para você, invista, pelo menos, na compra massiva de velas e pilhas para não ficar na escuridão.


Imagine ficar assim por meses...

A terceira coisa a se fazer é estocar comida e água, pois sem aviões e veículos operados por GPS, teremos escassez de alimentos. E é bom pensar em alimentos que tenham um prazo de validade superior a seis meses, porque não sabemos quanto tempo durará este “apagão tecnológico”. Se você tiver algum terreno para plantar frutas e verduras, comece desde agora, porque isso poderá evitar insegurança alimentar. A falta de água também será generalizada, pois o abastecimento urbano depende de bombas elétricas. Ter caixas d'água e poços são opções obrigatórias para quem não quiser pagar caro por água mineral. 

Já a quarta e última coisa a se fazer é manter uma quantidade razoável de dinheiro em espécie guardado em casa, porque com a pane eletrônica geral, certamente pix e cartões ficarão inutilizáveis. Uma dica final seria que no dia que a temível tempestade fosse anunciada, todo mundo tire da tomada todos os aparelhos eletrônicos e se mantenha longe deles, pois mesmo desligados, eles podem dar choques elétricos.

Isso não seria nada bom de ser visto nos céus do Brasil.


Com relação às telecomunicações, os governos e empresas precisarão deixar equipamentos de reserva à disposição para substituir o mais rapidamente possível o que for danificado. Sistemas anti pane e anti surto elétrico precisarão estar prontos para evitar estragos maiores. De resto, é rezar para que telefones e a internet possam voltar o mais rápido possível.

Portanto, se algum dia faltar energia elétrica, internet e telefone ao mesmo tempo, existe a chance de uma terrível tempestade geomagnética estar acontecendo. Se você enxergar mais estrelas que o normal à noite devido à menor poluição luminosa e auroras boreais clareando a noite, pode ter certeza que o apocalipse tecnológico começou. Então, esteja preparado!

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