segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Dizer que o nazismo é de esquerda é um atestado de insanidade

Imagine a cara que o führer faria se o chamassem de socialista...

Dizer que o nazismo é de esquerda é um insulto, um ultraje, ao intelecto humano. Somente pessoas totalmente alienadas ao mundo real e que têm alergia a livros de história são capazes de fazer uma afirmação tão insana. As academias de ciências políticas do mundo inteiro são unânimes em afirmar que o nazismo era de extrema-direita não por "esquerdice", mas pela simples observação dos fatos. A presença de um Estado forte, a palavra "socialista" escrita na sigla e milhões mortos por perseguição política NÃO indicam que um regime é de esquerda. Os regimes de esquerda alicerçam sua base ideológica na igualdade, na inclusão social, nos trabalhadores, no combate ao capitalismo e na estatização. O nazismo era exatamente o contrário disso tudo, além de ser escancaradamente antimarxista, como cansam de provar até hoje os neonazistas. Além disso, na Alemanha nazi o que existia era a propriedade privada dos meios de produção: fato que por si só prova que o nazismo era qualquer coisa, menos socialista.

O que falta mais agora? Dizer que Hitler era "gayzista" também?

Essa neodireita da classe média brasileira precisa parar de adotar teorias da conspiração difundidas por gurus aloprados que sentem fobia do conhecimento acadêmico. Dizer que o nazismo é de esquerda é motivo de vergonha, de chacota. É completamente doido, demente e sem noção escutar algum "çábio" da internet proferir na maior cara de pau do mundo que o nazismo era "socialista". Se o nazismo é de esquerda, então vai lá defender essa sua tese pseudointelectual em uma academia de história ou de ciências políticas para ver o que os seus pares terão a dizer sobre essa sua conclusão. Garanto que você será tratado com a mesma seriedade com que os criacionistas são tratados na academia de ciências.

O vídeo abaixo debocha um pouco desse assunto.




domingo, 4 de dezembro de 2016

Capitalistas sem capital acham que ainda estamos nos anos 60

Marcha da família com Deus pela liberdade de 2016 1964

Apesar da Guerra Fria ter terminado há mais de duas décadas, ainda há pessoas na classe média brasileira que têm tanto medo do "comunismo", que transformaram o macarthismo numa verdadeira religião em pleno século XXI. O ódio exteriorizado contra Fidel, contra Che e contra Cuba por parte da direita hidrófoba e da esquerda pós-moderna é um exemplo corriqueiro disso. Porém, aceitem, amiguinhos: Fidel, Che e Raul foram personagens históricos que serviram de inspiração não só para os socialistas, mas para os capitalistas também. Basta ver a quantidade de camisetas e de outros produtos do capitalismo que estampam sem o menor pudor o rosto de Che Guevara. Che virou um ícone, uma referência, quando se fala de revoluções de qualquer tipo, por isso sua imagem acabou "viralizando". Ainda que muitos sequer saibam quem foi Che Guevara, o seu rosto tornou-se uma figura pop no capitalismo.
Quer ver mais outra prova de que o capitalismo se inspira nos revolucionários cubanos? Pois a seguir vou deixar dois comerciais capitalistas que têm a revolução cubana como tema. O primeiro é do Habib's e o segundo é da Dacia (atualmente pertencente à Renault).




Porém, se observarmos melhor, na verdade, esse ódio não é bem contra a esquerda. O ódio é contra a possibilidade dos pobres ascenderem à classe média: classe média esta que abraçou um moralismo reacionário como forma de disfarçar seu cunho fascista. Essa classe media fascitoide que idolatra Moro, que não dá a mínima para a miséria do próprio país, que acha que pobre é preguiçoso, que acha que tem capital e que se informa através da Veja e de memes da internet (ao invés de livros de historia, de sociologia e de antropologia) tem que ser mesmo preconceituosa, elitista e ignorante. E como a internet é um instrumento dominado pela classe média, não é de se admirar que tanto ódio, burrice e elitismo estejam sendo difundidos impunemente pela web contra qualquer coisa "vermelha". Políticas de inclusão social, de assistencialismo e de redução das desigualdades são veementemente repudiadas por essa gente que fala mal de Cuba, de Fidel, do PT e da Venezuela como se fosse um mantra sagrado. Quando vejo alguém vociferar contra políticas de bem-estar social, sei exatamente que tipo de pessoa há por trás desse ódio todo. Gente que só pensa em si mesma, no mercado e em dinheiro nunca vai entender o verdadeiro significado de amar os seus semelhantes.


Ninguém quer saber porque um país pobre como Cuba erradicou a miséria e o analfabetismo, enquanto que um país rico como o Brasil ainda é cheio de pessoas passando fome e com grau de escolaridade baixíssimo. A única coisa que essa manada de mentecaptos da classe média reacionária sabe fazer é repetir frases inúteis como "vai pra Cuba" e "comunista de iPhone". Esse individualismo porco que só liga para as próprias necessidades e ignora as dos mais necessitados é a maior prova que o Brasil falhou como nação. A aversão ao bem-estar coletivo é o maior sintoma de que fracassamos como sociedade e como democracia. A intolerância e o ódio venceram a esperança, mas apenas por enquanto, eu espero.

sábado, 3 de dezembro de 2016

O Brasil virou a república do Capiroto


Não sei, mas às vezes dá a impressão que o Brasil não tem presidente. E quando parece ter um, é sempre para piorar alguma coisa. Michel Temer é um presidente golpista, impopular, medroso, capacho das elites e sem moral. E, para piorar, o congresso tem agido de maneira a reforçar as atitudes diabólicas do executivo. Parece que o próprio Coisa Ruim é quem está governando o país. A tal "Ponte para o Futuro" está mais parecendo uma Ponte para o Inferno.

Não bastassem os escândalos de corrupção um atrás do outro neste governo mefistofélico, temos um plano de governo elitista, neoliberal e irresponsável. O povo, os trabalhadores, os mais pobres e minorias simplesmente são tratados como excremento por esse governo. A coisa tá tão feia que até os que apoiaram o Golpe – tais como Alexandre Frota, Hélio Bicudo e Daniela Schwery – estão percebendo a bela porcaria que acabaram promovendo. Tudo que foi conquistado a duras penas, como a CLT, a previdência, os programas sociais e até a democracia estão em sério risco. Estamos vivendo em uma nação que pune os mais pobres e protege os mais ricos como se tivesse obedecendo um pacto com o Cão. Depois Cuba é que é um inferno na Terra. Fala sério! Com mais dois anos de governo Temer, o Haiti vai parecer um paraíso para nós.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Fidel: nem anjo, nem demônio. Apenas humano.


Interessante como a direita hidrófoba brasileira não se cansa de omitir as virtudes de Fidel Castro, enquanto que a esquerda costuma negligenciar suas falhas. A verdade é que Fidel não era nem bom e nem mau. Nem santo, nem demônio. Ele era apenas um ser humano, como eu e você, que cometeu erros e acertos ao longo de sua vida. Nenhum desses supostos cristãos que vocifera impropérios contra ele está em condições de julgá-lo no lugar do deus que eles dizem acreditar.
Se você quiser fazer uma crítica mais imparcial sobre Fidel Castro, recomendo este ótimo artigo da Voyager que trata de 12 fatos sobre o líder cubano da maneira menos distorcida possível.


Com seus defeitos e suas virtudes, queiramos ou não, Fidel Castro entrou para o rol dos humanos mais influentes do século XX. Seu maior feito foi ter peitado o imperialismo (atualmente ameaçado por Trump) e trazido justiça social para seu povo através de uma aguerrida revolução. A relevância dos seus feitos embalsamaram o seu nome nos livros de história para sempre. Um homem que liderou uma revolução contra uma ditadura e que transformou seu país para sempre não será esquecido jamais por nossa história – e muito menos por seu povo. Isso sem falar, claro, da ajuda humanitária e dos avanços em medicina trazidos pelo governo cubano. Seu exemplo será para sempre uma referência para jovens revolucionários no mundo inteiro, seja qual for a época. Não há como contar a história do século XX sem citar o nome do eterno comandante Fidel Castro.


Hasta la victoria siempre, comandante! 
Patria o muerte!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O preconceituoso por opção tem que ser zoado mesmo


A hipocrisia do mundo que vivemos é tão gigantesca que parece até roteiro de filme de comédia. Muitos reacionários de primeira grandeza que sempre condenaram os direitos humanos e os direitos dos LGBT passaram a se importar, da noite para o dia, com esses direitos. Foi só Fidel Castro morrer que os reacinhas das redes sociais começaram a dizer que Cuba é um inferno porque gay não pode casar, porque traficantes inocentes eram fuzilados, porque a maconha não é liberada por lá e outros blá-blá-blás. Ora, quer dizer que o "bandido bom é bandido morto" só vale para o Brasil e em Cuba não pode? Que casamento gay tem que ser proibido no Brasil, mas em Cuba não? Que a maconha só pode ser liberada em Cuba? E que preocupação é essa com a "pobreza" de Cuba se não dão a mínima para a pobreza no Brasil? É sério isso?


E a hipocrisia não para por aí. Tem muita gente preconceituosa que curte bandas, artistas, séries e filmes que repudiam inteiramente toda e qualquer forma de preconceito. Tem muito homofóbico, machista e racista, por exemplo, que curte o Nirvana e nem imaginam qual era a opinião do Kurt Cobain sobre isso tudo. Tem muita gente que é fã dos X-Men, mas trata gay como aberração. Tem muita gente que usava Matrix como referência, mas é transfóbica contra as irmãs Wachowski. Enfim...


Uma coisa é você ser reacionário devido ao contexto histórico e social em que você foi inserido que te tornou heteronormativo e sexista pela influência do meio. Outra coisa é você ser um jovem no século XXI e se opor aos direitos civis de minorias quando o mundo vive um momento de mudança de zeitgeist, onde o progressismo e o respeito às diferenças fazem parte da nossa necessidade de evoluir como espécie.
Se você quer difundir preconceito e ódio em pleno século XXI, saiba que você é um fóssil vivo: um ser jurássico e antiquado que está à beira da extinção. O preconceito não pode mais ser tolerado na nossa época. Quem difunde preconceito tem que ser zoado e criticado, sim, para entender que não há mais espaço no século atual e além para dividirmos a sociedade com nossa falta de humanidade para com nossos iguais.