quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Ele ganhou. E agora?


Há cerca de três anos, eu escrevi um post onde apoiei a candidatura à presidência de Jair Bolsonaro por saber que o teto de eleitores dele chegaria, no máximo, aos 25% dos votos válidos e também por ele dividir a direita entre os que votariam nele e no PSDB. Isso, claro, em uma eleição normal com o Lula disputando. Só que muita coisa aconteceu de lá para cá. Primeiro, veio o Golpe de 2016 que depôs sem crime a presidenta Dilma; depois veio o crescimento em progressão geométrica do antipetismo fascistoide; depois veio a prisão política de Lula por um triplex que nunca foi dele para que ele fosse impedido de disputar as eleições; depois veio o atentado à faca contra o Bolsonaro e, por fim, como golpe de misericórdia, a campanha suja, criminosa e covarde do PSL com mentiras em massa propulsionadas por caixa dois através das redes sociais, especialmente pelo Whatsapp. Isso tudo levou, entre outras razões menores, à eleição do inominável.
Não acho que o PT ou o Ciro Gomes tenham culpa pela vitória do fascismo – muito pelo contrário – porque ambos foram vítimas das mentiras em escala industrial que prejudicaram as campanhas progressistas. E mesmo se Ciro tivesse ido ao segundo turno contra o coiso, ele também perderia, porque seria vítima do mesmo jeito que Haddad foi das fake news. O único capaz de vencer o fascista seria o Lula que foi preso injustamente graças a um processo viciado e fraudulento baseado numa delação e num powerpoint sem provas.


O que tem que ser feito daqui em diante é organizar uma resistência ampla contra o que virá pela frente. Iremos enfrentar um governo com tendências autoritárias que vai bater forte contra minorias, sejam elas LGBTs, mulheres, negros, nordestinos, índios e religiões afro-brasileiras. Mas quem vai perder mais nisso tudo são os trabalhadores, os sindicatos, os movimentos sociais (CUT, MST, MTST) e os partidos progressistas. Já existem projetos para criminalizar o uso da foice e do martelo, para colocar toda a esquerda na ilegalidade, para tornar qualquer movimento contra o governo como sendo "terrorista" e para reprimir violentamente qualquer manifestação popular. Se não houver união e resistência nas ruas, em pouco tempo não teremos mais sequer o direito de protestar.
Temos que aproveitar enquanto ainda dá tempo para politizar os mais pobres (a periferia), para fazer um trabalho de base, para fazer militância online, para usar o Whatsapp ao nosso favor e mostrar que perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra. Acho importante se pensar numa frente única e ampla de esquerda, nacionalista e democrática contra o entreguismo, contra o fascismo e contra o ataque às instituições. O nosso lema de agora em diante será "resistir para existir". Afinal, uma vida sem luta não vale a pena ser vivida.


A oposição ao coiso precisa ser feita desde já aproveitando que a rejeição a ele ainda é alta e que ainda temos o direito de ir para as ruas protestar. A imprensa internacional está do nosso lado denunciando em peso o quão abominável, repugnante e autoritário o Bozonaro é. As medidas desastradas que estão por vir, como a entrega das nossas riquezas, o risco do Brasil declarar guerra contra a Venezuela e de romper relações comerciais com a China são fatos que levarão o país para o buraco em pouco tempo se não forem repudiados desde já.
No mais, digo que Bolsonaro não governará, será governado. O coiso será um fantoche na mão das classes dominantes que querem vender o Brasil a preço de banana e explorar a classe trabalhadora até tornar sua mão de obra análoga à escravidão. É por isso que lutaremos contra tudo isso sem descanso.


3 comentários:

  1. Wellington agora sim o Nordeste e meu pais

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    1. O Nordeste tem tudo para ser potencia

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    2. Agora com a eleição do bolsonaro e a parceria com Israel que irá construir usinas dessalinizadoras para de uma vez por todas acabar com a seca no nordeste. O nordeste irá com certeza se tornar um dos estados mais ricos e fundamentais para a economia do país.

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