segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Considerações sobre o movimento MGTOW


Devido ao meu posicionamento inflexível de apego à solitude, algumas pessoas têm me perguntado o que eu acho do movimento MGTOW. Para quem não sabe, MGTOW é a sigla para Men Going Their Own Way (Homens seguindo seu próprio caminho) que é um movimento que propõe que, para serem mais felizes, os homens devem seguir a vida sozinhos sem casar, sem se relacionar e sem formar famílias. Isso seria uma forma de valorizar a liberdade e o bem-estar masculinos, protegendo os homens de uma série de problemas e armadilhas que os relacionamentos podem trazer.
Pois bem, vou tentar fazer uma breve análise da minha percepção pessoal a respeito desse movimento.


Analisando com cuidado o que dizem os adeptos do MGTOW, eu cheguei à conclusão que concordo com as conclusões deles, mas discordo totalmente das premissas. Pelo que tenho observado nas redes sociais, a maior parte dos integrantes desse movimento são homens com uma visão muito reacionária. Isso tanto é verdade que há muita gente que se considera MGTOW e que tem argumentos muito parecidos com os misóginos que atuavam nos antigos movimentos masculinistas. Enfim, os membros dessa filosofia de vida são essencialmente antifeministas e não lidam muito bem com a emancipação feminina, achando que as mulheres se aproveitam das leis para prejudicar os homens. Eu não concordo com essa visão. O que acontece hoje em dia é que as mulheres estão conquistando seu espaço e seus direitos, o que causa mal-estar em muitos homens mais tradicionalistas. Daí que eles "boicotam" as mulheres como forma de protesto a essa mudança no zeitgeist. Obviamente, esse boicote é inútil. Não iremos retornar aos anos 1950 porque parte dos homens se sente prejudicada pelas mudanças inevitáveis inerentes à evolução natural da nossa sociedade.


O ponto que eu concordo com os MGTOW é que relacionamentos são uma fonte interminável de problemas, estresse, brigas e chantagens. Não apenas os relacionamentos heterossexuais, mas todos os tipos de relacionamentos afetivos são, no meu ponto de vista, uma tragédia. Claro que os relacionamentos heterossexuais são, sem dúvida alguma, muito piores que os homoafetivos, especialmente para as mulheres que correm sempre o risco de serem espancadas, assassinadas, perseguidas e maltratadas por seus companheiros.
No caso dos homens, concordo com tudo que os MGTOW falam com relação às desgraças de um relacionamento. Traição, ciúmes, brigas, perda de liberdade, problemas desnecessários, desgaste emocional, muita despesa, sexo ruim, golpes, perda de bens, pensões, etc. Eu, particularmente, não consigo ver absolutamente nenhum tipo de vantagem em um relacionamento (seja ele namoro, casamento, união estável, etc). Já escrevi um post explicando algumas das razões mais superficiais pelas quais eu não gosto de relacionamentos afetivos. Eu sou um sujeito que ama a liberdade e a solidão, portanto, não há nenhum motivo para eu deixar a minha zona de conforto e sofrer em um relacionamento. Paixão é uma coisa que já passou há muito tempo na minha vida, sexo se obtém com prostitutas, carinho eu recebo dos meus pets, apoio eu recebo da minha família, camaradagem tenho com meus amigos, romance não sinto falta alguma e filhos não pretendo ter.

Então, como podem ver, eu não sou um MGTOW, mas sou antirrelacionamento. Se um dia eu quiser uma companhia, é mais fácil eu comprar uma sex doll, mas isso é tema para outro post.

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