sábado, 8 de maio de 2021

Política antidrogas brasileira é barbárie eugenista


Já tem mais de uma década que eu bato na mesma tecla de que essa política de combate às drogas é um fracasso total em todos os sentidos. Criminalizar e reprimir o comércio das drogas só serve para aumentar o preço das mesmas e torná-las ainda mais atraentes para o tráfico. O narcotráfico nunca será derrotado ou extinto com repressão, porque enquanto houver demanda, ele sempre existirá. A solução para combater o tráfico e a violência ligada a ele é descriminalizar várias drogas que hoje são ilegais, a começar pela maconha. Isso tornaria o comércio dos entorpecentes menos rentável, já que os preços dos mesmos despencaria. Combate real ao uso das drogas se faz com informação, educação e campanhas de prevenção – e não com violência estatal. Hoje, por exemplo, mesmo sendo legalizado, o uso do tabaco é muito menor do que era há 30 anos atrás graças às campanhas preventivas. As drogas não são uma questão de segurança pública; são, sim, uma questão de saúde pública.

Mas a maior parte dos políticos, empresários – e até mesmo pastores – não quer essa descriminalização por lucrarem direta ou indiretamente com o tráfico. Os verdadeiros chefes do narcotráfico, ou seja: quem administra, fabrica, planta, refina e transporta é quem mais lucra e sai ileso nessa história. Mas quem paga com a vida para manter esse sistema são os varejistas: os pobres, negros e excluídos que moram nas favelas. Todo esse circo genocida não passa de uma farsa eugenista do Estado que finge combater o tráfico exterminando o elo mais frágil. Usam a desculpa de combate ao tráfico para por em prática o darwinismo social. Enquanto inocentes, crianças e vítimas do descaso do Estado morrem covardemente nas comunidades carentes, os verdadeiros tubarões do tráficos ficam impunes, intocados em suas mansões e condomínios de luxo.

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