quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Idade cronológica não quer dizer nada


É praticamente impossível encontrar alguém cuja idade física seja idêntica à idade mental. Isso porque o desenvolvimento do corpo ocorre num compasso diferente da nossa mente. Pegue duas pessoas de 40 anos de idade, por exemplo. Uma delas viajou o mundo inteiro, conheceu várias culturas, interagiu com milhões de pessoas, fez várias faculdades, casou duas vezes, teve filhos, trabalhou em diversas áreas, leu centenas de livros e fala cinco idiomas. Muito bem. Agora pegue outra pessoa com os mesmos 40 anos de idade que passou seus últimos 20 anos preso em uma solitária. Essa segunda pessoa tem dificuldade para falar o único idioma que sabe, tem problemas para reconhecer rostos e não sabe de quase nada do mundo ao seu redor. É como se ela tivesse parado no tempo quando tinha 20 anos. Apesar de ambas pessoas citadas terem os mesmos 40 anos, a diferença de experiências vividas faz com que uma seja mentalmente muito mais "velha" que a outra. E levando isso para a humanidade como um todo, após a chegada da internet banda larga, essa diferença entre "idade vivida" e "idade aprendida" ficou ainda mais gritante. Um adolescente de 15 anos de idade hoje pode saber muito mais sobre a vida do que eu com quase 40 anos. Isso porque os jovens de hoje (geração z em diante) nasceram em um mundo onde a internet de alta velocidade já estava estabelecida. A velocidade da informação é muito maior do que era na minha época de adolescente. Ou seja: a idade cronológica não influencia tanto no nosso conhecimento. 


Com relação às potencialidades físicas, pode-se dizer quase o mesmo. Isso porque apesar da idade cronológica ser um fator que limita o nosso desempenho em quase todos os esportes, ela não impede que possamos adotar um estilo de vida saudável ou bater nossos recordes pessoais. Eu, hoje, por exemplo, consigo correr e pedalar muito mais longe e mais rápido do que quando tinha 15 ou 18 anos. Depois que virei uma pessoa ativa e passei a cuidar da alimentação, tem dias que eu me sinto como se fosse um leão que voltou para reinar, é impressionante. Isso porque eu nem falei dos idosos que praticam esporte e me deixam perplexo com tanta saúde. No parque onde eu faço meus treinos de calistenia e corrida tem um senhorzinho que corre muito mais rápido que eu e já correu inúmeras maratonas. Se você vê o velhinho correndo, nossa, parece uma pessoa de 30 anos performando. E o pior é que ele não fica sequer ofegante nos treinos, mesmo correndo com máscara.

Enfim, acho que precisamos repensar sobre a (ir)relevância da nossa idade cronológica. O que vale é a nossa bagagem e o que fazemos da vida.

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