segunda-feira, 30 de agosto de 2021

O capitalismo é uma máquina de desigualdades


Saiu recentemente na Forbes a nova lista de bilionários brasileiros que, não por acaso, ganhou 40 novos integrantes durante a pandemia do coronavírus. O homem mais rico do Brasil atualmente é o cofundador do Facebook Eduardo Saverin, de apenas 39 anos, com uma fortuna média estimada em R$ 97,5 bilhões. Os demais bilionários são velhos nomes conhecidos ligados a bancos e empresas do setor produtivo. O que me chama atenção lendo essa notícia nos portais de comunicação da burguesia tradicional é que apesar de mais da metade da população brasileira estar em situação de insegurança alimentar, os bilionários são colocados como um símbolo de vitória do capitalismo: como se eles fossem um termômetro de que o Brasil está "indo bem". Essa, infelizmente, é a lógica do neoliberalismo, onde a riqueza de um país é medida pelo que os ricos possuem, já que, segundo essa doutrina econômica, há um "efeito cascata" (trickle down) onde a riqueza dos mais ricos "transborda" para as classes mais baixas. A atual situação do país mostra claramente que essa doutrina neoliberal falha miseravelmente em tornar uma nação mais rica. Estamos, na verdade, criando um país que gera ricos cada vez mais ricos ao invés de gerar riqueza. E a solução encontrada pelo nosso governo fascistoide é combater o pobre ao invés de combater a pobreza. Num dia desses, por exemplo, o ser repugnante que preside o Brasil aconselhou comprar fuzil ao invés de feijão. Esse pensamento armamentista é um breve resumo do desdém das classes dominantes com relação ao povo. Afinal, que tipo de pessoa pode comprar um fuzil que custa mais de 10 mil pilas?

E para completar a manipulação, os capitalistas adoram fazer da exceção uma regra. Eles gostam de mostrar como alguém muito pobre saiu da miséria e "venceu na vida" com muita superação e trabalho. Esse raciocínio é uma forma cruel de naturalizar as desigualdades impostas pelo sistema e as injustiças sociais com o velho discurso mentiroso da "meritocracia". Nenhum capitalista te conta que todos esses bilionários são homens, brancos, nascidos em berço de ouro, que herdaram fortunas, que possuem diversas isenções fiscais e que sempre tiveram tudo na vida. Achar que um sem-teto ou trabalhador braçal vai virar bilionário com o "trabalho duro" é apenas mais uma forma de manter a classe trabalhadora totalmente ludibriada e alheia às reais causas de sua pobreza. Qualquer pessoa que conheça as quatro operações fundamentais da matemática sabe que é impossível ficar bilionário apenas trabalhando. O clubinho dos bilionários é muito restrito e não permite integrantes que apenas trabalhem duramente. Na realidade, trabalhar NÃO é requisito para ser bilionário. Além disso, a riqueza do mundo não é infinita e a maior fatia dela vai ficando cada vez mais concentrada nos cofres desses caras que acumulam cada dia mais poder. 


É por isso que eu sou anticapitalista. Não há como viver em um planeta onde um punhado de homens têm tudo sem fazer quase nada e a grande maioria luta diariamente para não morrer por inanição – mesmo se matando de tanto trabalhar – só para sustentar os luxos desses parasitas bilionários.

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