terça-feira, 14 de março de 2017

Como eu me sinto quando falo sobre política


O canal Porta dos Fundos produziu um vídeo genial que expressa o óbvio: que Jesus foi o primeiro "socialista". Já expliquei em outras postagens que Jesus dividia o pão, o vinho, pedia para nos desfazermos de riquezas materiais para dar para os pobres, protestou contra o comércio em local sagrado, pregou o amor a todos os seres humanos e disse que quem não tivesse pecado, que atirasse a primeira pedra. Isso tudo os coxinhas cristãos defendem e acham sagrado em suas igrejas. Porém, se alguém fala tais coisas dentro de um contexto político hoje, é xingado de esquerdopata e hostilizado como se fosse o próprio diabo.
Eu mesmo cansei de ser xingado tanto neste blog quanto nas redes sociais das coisas que Jesus foi xingado no vídeo por estar defendendo direitos humanos, combate à fome e redistribuição de riquezas. O vídeo abaixo é uma representação fiel do que acontece com quem ousa defender o amor ao próximo e a justiça social no século XXI.


PS: E no final tem um bônus de como algumas feministas me tratam quando defendo o feminismo. Realmente, não é fácil ser de esquerda hoje em dia.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Stickerbrush Symphony - a melhor música da era 16 bits


Quem foi testemunha ocular do auge da geração dos consoles de 16 bits (Mega e SNES) sabe bem que presenciamos uma era inesquecível para os games. A disputa entre Sega e Nintendo durante os anos 90 nos trouxe jogos cada vez mais fantásticos para aquela geração. E uma das coisas mais bacanas daquela época era se deixar levar pelas músicas dos games. Apesar das limitações de hardware, os consoles domésticos da época trouxeram jogos com trilhas sonoras fantásticas que eram verdadeiras obras de arte. Se a canção tema do game The Legend of Zelda, do NES, foi a melhor música da era 8 bits, na geração 16 bits tivemos uma canção ainda mais espetacular, que foi a Stickerbrush Symphony, do game Donkey Kong Country 2 de SNES. Isso sem falar que este game (o DKC 2) possui a melhor trilha sonora do Super Nintendo, na minha opinião, como detalhei neste outro post.

Claro que tivemos muitas outras músicas fantásticas, como nos jogos do Super Mario, do Sonic, do Streets of Rage, do Rock'n Roll Racing, do Top Gear... Mas nenhuma, na minha opinião, teve tanto apuro instrumental, emotividade e capricho quanto a Stickerbrush Symphony. Para quem não se lembra, essa música tocava durante aquelas fases incrivelmente chatas e difíceis onde havia vários galhos cheios de espinhos ao fundo, como era o caso da Bramble Blast. E apesar dessas fases de espinhos serem incrivelmente detestáveis, dava prazer de jogá-las só para escutar essa sinfonia belíssima e relaxante que tocava ao fundo. Eu admito que poucas vezes na vida uma canção de videogame me fez viajar tanto e esquecer um pouco dos problemas da vida.
O autor desta obra-prima foi o talentoso compositor David Wise, que concedeu uma entrevista para o canal KryticalMind. Quem quiser assistir a entrevista, ela pode ser acompanhada na íntegra neste vídeo do YouTube.


Para se ter uma ideia do quanto essa música é querida pelos gamers, vou deixar a seguir algumas homenagens que foram feitas a esta belíssima sinfonia. Aproveite e aumente o volume:









domingo, 12 de março de 2017

Ser criança em 1997



Todo mundo já teve um diazinho na vida para relembrar da infância. Como eu sou um sujeito muito nostálgico, relembrar dos bons tempos do passado para mim é um exercício quase cotidiano. Nessa onda, já escrevi quatro posts tratando de anos específicos da minha infância, como 1986, 1990, 1994 e 1996. Daí que resolvi incluir mais um ano nessa lista, o ano de 1997.

Apesar de já ter meus 13-14 anos em 1997, mentalmente falando, eu ainda era praticamente uma criança. Lembro que o ano em questão foi até meio ruim para mim, porém, também teve o seu lado bacana graças a muitas "coisas de criança" que me alegraram um pouco. É engraçado rever canções, games e programas de tevê da época e lembrar que tudo aquilo aconteceu há vinte longos anos atrás. Pois é... É nessas horas que eu percebo como estou ficando velho rápido!
Enfim, vamos relembrar do ano de 1997 por partes.

Tecnologia
O ano de 1997 foi um ano de transição tecnológica em que a internet (discada) estava começando a ser implantada em algumas escolas. Os PCs de 32MB de RAM estavam na moda juntamente com aqueles disquetes que cabiam menos de 2MB de espaço. O Pentium 2, em cartucho, estava chegando para dobrar a potência dos antigos Pentium 1, que apesar das limitações, rodavam razoavelmente bem os aplicativos do saudoso Windows 95. Na música, os discos de vinil e as fitas cassetes passaram a perder espaço definitivamente para os CDs. As fichas telefônicas também começaram a ser deixadas de lado depois da Lei Geral das Telecomunicações que tinha como objetivo modernizar a telefonia pública do país. Já os telefones celulares começaram a ficar menos quadrados e com uma aparência mais 'civilizada'. Quem viveu essa época lembra bem dessas mudanças.

Televisão
Assim como na tecnologia, o ano de 1997 também teve uma série de mudanças na programação da tevê. Tivemos o fim do lendário telejornal Aqui Agora, da famigerada novela O Rei do Gado, da TV Colosso e do Clube da Criança. O Clube da Criança, da Rede Manchete, teve a sua despedida com a apresentadora mirim Debby Lagranha. Além disso, a Manchete já dava seus últimos suspiros com tokusatsus como Solbrain, Winspector, Kamen Rider RX e com a estreia do fabuloso anime Yu Yu Hakusho juntamente com o Super Campeões. A Manchete também tentou emplacar a série de artes marciais WMAC Masters para substituir o porradeiro SuperCatch da WWF, mas fracassou amargamente. O SBT, por sua vez, apostava nas Chiquititas, no Disney Club, na TV Cruj e em desenhos como Doug e o Fantástico Mundo de Bobby. Já no lugar da TV Colosso, a Globo colocou o Angel Mix, o Planeta Xuxa e o Xuxa Hits.
Tivemos também o auge do sucesso do Ratinho Livre, na Record, e do Contos da Cripta juntamente com o Bola Fora com Sobrinhos do Ataide, na Band. O Domingo Legal, que também estava no auge, principalmente por causa da Banheira do Gugu, tirou muita audiência da Globo com uma programação totalmente apelativa. E falando em Banheira do Gugu, a rapaziada ficava alucinada com Mari Alexandre, Helen Ganzarolli e Luiza Ambiel pegando sabonetes com biquínis ínfimos.

Como eu adorava este filme

Filmes
Apesar do ano de 1997 não ter trazido uma grande safra de boas produções, tivemos alguns filmes memoráveis, tais como o megassucesso Titanic; MIB - Homens de Preto; Jurassic Park 2; A Vida é Bela; O Quinto Elemento; O Mentiroso; O Mestre dos Desejos, Inferno na Estrada e Advogado do Diabo.

A galera teen dançou bastante neste ano

Músicas
Apesar dessa época não contar mais com os clássicos infantis que fizeram um grande sucesso no início dos anos 90, a dupla Sandy e Júnior acabou aproveitando esse espaço para cativar o público mirim desse período. O disco Sonho Azul da dupla foi um sucesso entre os mais jovens na época.
Para os que eram um pouquinho mais velhos, sucessos de Gabriel o Pensador (saudades do 2345meia78); Claudinho e Buchecha; Charlie Brown Jr (com o Transpiração Contínua Prolongada), J.Quest e Skank foram muito ouvidos neste ano nas rádios. Já o axé music continuava muito em alta com os "Tchans" da vida disputando audiência com os grupos de pagode. Para se ter uma ideia, só a canção Ralando o Tchan foi responsável por mais de 2 milhões de cópias vendidas do álbum É o Tchan no Brasil, lançado em 1997.
Um fato mais triste para a música brasileira neste ano foi o acidente que vitimou o cantor Chico Science.

Já os sucessos internacionais que bombaram no Brasil foram:

-A música tema do filme Titanic, a My Heart Will Go On, de Celine Dion.
-Spice Girls com Wannabe, Say You'll Be There e 2 Become 1.
-Backstreet Boys com o hit pop Everybody.
-MMMBop dos Hansons.
-Aqua com a Barbie Girl.
-No Doubt que emplacou de vez o seu maior hit, o Don't Speak.

Goldeneye 007: um dos melhores jogos do Nintendo 64

Games
O gamemaníacos da época tiveram longas horas de diversão em videogames como Super Nintendo, Mega Drive, PlayStation e Nintendo 64, que foram os mais presentes nos lares brasileiros no ano de 1997. Já os títulos lançados neste ano que se tornaram inesquecíveis foram o KOF 97; Goldeneye 007; Diddy Kong Racing; Carmageddon; Age of Empires; Fallout; Final Fantasy 7; Mortal Kombat 4; Turok: Dinosaur Hunter; o primeiro Grand Theft Auto e Need For Speed 2. Além disso, games como Diablo e Warcraft 2 estiveram no auge do sucesso.

O goleiro francês Barthez procura por essa bola até hoje...

Fatos
-O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, visitou o Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro.

-Morreu em um acidente, no final de agosto, a princesa Lady Diana.

-Testemunhamos o famoso gol de Roberto Carlos cobrando falta contra a França, durante o Torneio da França, onde a bola fez uma curva que desafiou a física.

-O Brasil foi campeão da primeira edição da Copa das Confederações, goleando por 6 a 0 a Austrália na final.

-O grito "Ah, eu tô maluco", do Movimento Funk Club, virou um hino na época que foi cantado em estádios de futebol, na tevê e até nos animes (Yu Yu Hakusho).

-A experiência da clonagem da ovelha Dolly – primeiro mamífero clonado com sucesso – foi divulgada pelos cientistas neste ano.

sábado, 11 de março de 2017

Leandro Karnal e a receita para o sucesso na internet

Às vezes, Karnal me parece bem sinistro.

Recentemente, fui surpreendido pela notícia de que o historiador Leandro Karnal – um homem até então ponderado, culto e relativamente sóbrio – teve um jantar com o aspirante a Mussolini da República de Curitiba. Não acreditei na notícia a princípio, achei que fosse boataria de internet. Mas fui conferir e esbarrei com a imagem abaixo no Twitter do próprio Karnal:

Diga-me com quem andas que eu te direi quem és

Sim, realmente é bem estranho que um admirador da democracia como o Karnal venha a ter uma reunião particular com um homem que ajudou a dinamitar a democracia brasileira. Essa atitude aparentemente incoerente de Karnal, que vinha tendo posturas e opiniões que andaram desagradando à direita, é – ao meu ver – uma forma de manter uma certa 'neutralidade' política diante da opinião pública. Karnal se dizia "de centro", porém, não flertava com Bolsonaro, não concordava que "o nazismo era de esquerda", criticou o projeto da escola sem partido, reprovou a ideia de intervenção militar e fazia (uma pseudo) oposição nos debates contra o "careca da direita" Luiz Felipe Pondé.
Esse posicionamento meio "esquerdista" do Karnal – apesar de corajoso – estava, portanto, minando a sua audiência diante do mais numeroso público da internet e da classe média brasileira: os ultra liberais e os fascistas. Karnal deve ter percebido que qualquer pessoa que queira ter muitas visualizações no YouTube e milhares de seguidores nas redes sociais precisa adotar algumas diretrizes básicas quando for falar sobre política, sociedade, cultura e até ciência. Não há como ficar muito popular "esquerdando demais", como ele vinha fazendo.
Aproveitando a oportunidade, como dica para o Karnal, vou registrar o que ele precisa falar e fazer se quiser ficar mais famoso e ter um público maior na internet brasileira. Olha só que delícia:

-Seja contra todos os tipos de cotas.
-Seja contra os direitos humanos.
-Defenda que bandido bom é bandido morto.
-Defenda cegamente a meritocracia.
-Seja contra o aborto.
-Fale mal de minorias.
-Demonstre ódio total contra o PT.
-Diga que Lula é o maior ladrão do mundo.
-Reafirme que o MEC é comunista-gramsciano.
-Combata o Foro de São Paulo.
-Seja macarthista convicto.
-Abomine movimentos como MST, MTST, CUT e UNE.
-Idolatre o juiz do PSDB Sérgio Moro (ok, esse ponto ele já fez).
-Defenda o Estado mínimo.
-Seja a favor da abolição da CLT.

Se você não defender essas ideias acima, como os vloggers de direita estão cansados de fazer, o seu sucesso não será garantido. Caso não siga as dicas acima, certamente você será xingado de petralha, comuna, vagabundo, stalinista, mortadela, esquerdopata, bolivariano, marxista e até de nazista ao invés de ser elogiado e ganhar muitas visualizações (e dinheiro). A página do Face Dollynho Reaça fez até uma brincadeira (que vou deixar abaixo) para você descobrir o possível "apelido" que a direita vai dar pra você.

Clique para ampliar e descubra do que irão te xingar se você não se "endireitar"

A atitude de Karnal me parece uma forma de mostrar uma conciliação envergonhada com a direita. A sorte do careca é que a esquerda é menos agressiva e tem um potencial intelectual maior para evitar dirigir insultos gratuitos a sua pessoa – além, claro, de ser menos numerosa. Assim como o ministro Barroso, do STF, Karnal provavelmente percebeu que é muito mais vantajoso fazer o jogo da direita ao invés de ter uma postura mais progressista.
Enfim, não sei se essa "amizade" de Karnal com Moro é apenas uma mera formalidade teatral para ganhar mais "fãs", ou se é por razões de ética profissional, ou se há realmente um propósito promíscuo por trás desse encontro. O fato é que quase nenhuma pessoa pública tem coragem de admitir ser de esquerda em um país dominado pelo pensamento elitista, escravocrata, individualista, egoísta e consumista que prevalece entre a maioria de nós.

O mundo não é linear para quem sofre de duplipensar.

PS: Segundo fontes mais ou menos confiáveis que recebi nas redes sociais, Leandro Karnal recebeu um convite enaltecido de Sérgio Moro devido à admiração que o mesmo tem pelo Karnal e pelo fato de ambos serem futuros professores de uma mesma universidade. Não tendo sido o encontro, portanto, um "gesto político". Bom, espero que tenha sido mesmo apenas um encontro despretensioso entre fã e ídolo: fato que será respondido pelas próximas ações do Karnal.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Ministro da educassaum continua dando grande ezempro pru braziu


Depois de uma recente tentativa de assassinato da língua portuguesa, o Ministro da Educação Mendonça Filho, do DEM, aprontou mais uma. Espia só a pérola:


Isso mostra que ele está sendo muito bem assessorado pelo seu vice assessor Alexandre Frota. Nem o Sensacionalista perdoou. É nisso que dá um governo golpista no poder. Como se não bastasse ter sido o governador mais inexpressivo da história do Estado de Pernambuco, Mendonça Filho parece se esforçar bastante para também ser o ministro da educação mais desprezível da história.

Seria cômico se não fosse trágico.