segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Os rótulos da nova (velha) política


Depois que parei para refletir melhor, cheguei à conclusão de que o embate entre esquerda e direita não faz mais muito sentido hoje em dia. Como não existe praticamente mais nenhum partido 100% de esquerda e nem 100% de direita, então o que nos sobra hoje são híbridos à serviço de suas próprias ambições. E a cada dia que passa, novas posições políticas surgem: é centro-esquerda, centro-direita, planície, extrema-esquerda, extrema-direita, anarco-capitalismo, anarco-comunismo, marxismo, marxismo de livre mercado (hã?), libertários, liberais, neoliberais, neoliberais socialistas (cuma?), socialistas libertários, liberais libertários, libertários liberais, etc. É tanta confusão na mistura desses termos, que a dicotomia entre esquerda e direita praticamente evaporou. Hoje, ao que me parece, há uma tendência onde cada um está refletindo isoladamente sobre pontos específicos da política – e não mais tentando se encaixar em ideologias pré-fabricadas da esquerda ou da direita. O problema surge quando tentam criar rótulos para definir-se. Como já cansei de dizer: definir-se é limitar-se.

Margaret Thatcher: zumbi da direita
Eu sempre tive um viés igualitário muito forte desde bem jovem. E a igualdade sempre foi o lema principal da esquerda. Apesar disso, eu não me defino como sendo de esquerda. Digo isso porque é possível ser igualitário e, ainda assim, defender a propriedade privada, o capitalismo e a existência de classes sociais, como é o meu caso. Apesar dos politicômetros da vida terem sempre me colocado à esquerda, eu ainda acho que sou muito mais centro do que esquerda. Na verdade, creio que esquerda e direita existam mais na teoria do que na prática. A verdade é que eu não simpatizo com extremos.

Che Guevara: zumbi da esquerda
Hoje em dia, a (falsa) dicotomia entre esquerda e direita existe mais para atender a interesses econômicos de uma elite dominante e também para dar audiência a velhos 'dinossauros' políticos. O que temos atualmente, na verdade, é um emaranhado de ideias de esquerda e direita em um único sistema econômico. É aquela velha história: para que defender a esquerda ou a direita isoladamente se podemos pegar o melhor que há em cada uma delas e fundir num único modelo econômico?

Com relação a partidos políticos, apesar de reconhecer certos partidos como sendo melhores que outros, creio que a militância partidária não passe de bobagem, porque, na prática, todos os partidos são manipulados. Além disso, muitos políticos só estão aí para agir em causa própria. Partidos políticos estão dentro do sistema, sendo assim, eles jogam de acordo com o próprio sistema. Nesta situação, ou votamos nos menos ruins, ou então teremos que pensar em outra coisa, seja no anarquismo, na tirania, no despotismo ou no populismo.

2 comentários:

  1. Fica meio feio vim comentar em 2015, post de 2013, mas....... sinto me tentado a opinar, como foi bem dito por mim mesmo '' a disputa entre direita e esquerda se teimar em continuar há de deixar os cegos surdos, os surdos cegos e todos aleijados'', atualmente talvez eu me identifique com o centro com uma leve queda para a esquerda, deve ser porque centristas sempre me pareceram mais sensatos, nunca vi um centropata, já os destro e esquerdopatas chovem hoje em dia nas redes socias, tais seres tem tanta capacidade de análise da realidade quanto um defunto, apesar de estar mais para o centro, minha mente já ''deu uma passeada'' pelo marxismo, anarquismo individualista e socialismo, quase me autodenominei simpatizante do anarquismo, mas.... os defeitos dessa utopia aparecem 2 segundos depois que você descobre o significado da palavra, agora marxismo de livre mercado e neoliberais socialistas foi foda.
    Sinceramente, quanto mais eu passo a entender de política, menos fé eu tenho que qualquer sistema econômico ou tipo de governo irá dar certo sem levar metade da humanidade para o buraco, uma das razões do centro cativar é que o capitalismo está em constante crise, o comunismo falhou e o socialismo não é autosustentável, portanto resta ponderar sobre as coisas.
    Parabéns pelo blog e pelo bom post.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá!
      Eu também me identifico mais com o centro, apesar da minha ligeira queda para a esquerda. O centro sempre me pareceu mais equilibrado e sensato, além de estar distante dos extremismos.
      No fim das contas, o que precisamos é de um novo sistema que se adeque à geopolítica do século XXI.
      Obrigado por sua participação.

      Excluir