domingo, 22 de maio de 2016

O imperialismo sempre foi inimigo da América Latina


É preciso ser muito ingênuo para acreditar que a democracia na América Latina sempre foi plena. Primeiro, fomos colônias de Portugal/Espanha; depois caímos nas garras da Inglaterra e, por fim, os EUA resolveram continuar o processo até os dias atuais. E a nossa velha elite local, sórdida como só ela é, faz a sua parte seguindo o velho discurso do "manda quem pode, obedece quem tem juízo". E assim caminha toda a América logo abaixo dos EUA, excetuando-se, claro, Cuba.
Porém, as coisas mudaram de forma surpreendente desde o final dos anos 90. Tivemos a ruptura de políticas predatórias, neocolonialistas, neoliberais e voltadas para elites desde a turbulenta chegada de Hugo Chávez ao poder na Venezuela. Daí, na sequência, vimos Evo Moralez, Néstor Kirchner, Cristina Kirchner, Lula, Dilma, Michelle Bachelet, Rafael Correa, José Mujica, Fernando Lugo e outros líderes de esquerda chegando ao poder em diversos países: fato este que assustou as elites nacionais e o poderio das oligarquias ianques. No Brasil, Veja e Globo – subalternas das oligarquias gringas – seguiram a onda e trataram logo de desqualificar o PT e governos similares nas Américas como forma de patrocinar a volta do neoliberalismo e da extorsão do nosso país. No resto da América do Sul também não foi diferente. Na Argentina, um neoliberal venceu as eleições; no Paraguai, Lugo foi golpeado; no Brasil, Dilma está sendo golpeada; na Venezuela, Maduro está sob séria ameaça orquestrada pela CIA; no Equador, Rafael Correa enfrenta ameaça de Golpe... A geopolítica latino-americana vem passando por uma mudança que não é fruto do acaso.

Logo honesto do governo Temer

Apesar de alguns dos meus amigos mais inteligentes discordarem que haja um "golpe" no Brasil neste exato momento, na minha opinião, a mudança radical do quase keynesianismo petista para o neoliberalismo – com a saída abrupta de Dilma Rousseff – é uma forma gritante de mostrar que algo está MUITO errado. As nossas elites NÃO pensam no povo: pensam somente nelas mesmas e farão o que for preciso para que o país continue pertencendo a elas. Nós, o povo, somos apenas gado, ou, se preferir: peões num tabuleiro de xadrez. E se vários de nós continuarmos a apoiar quedas ilegítimas de governos e essas políticas entreguistas, lamento informar, mas iremos continuar sendo uma eterna República das Bananas para o resto do mundo.

Adivinhe de que lado nós estamos...

Como de costume, vou deixar um documentário excelente abaixo que trata sobre a conjuntura geopolítica pós Cháves na América Latina. Apesar de longo, ele mostra o fato de um jeito que a nossa grande mídia corporativa jamais vai mostrar por razões óbvias.

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