domingo, 2 de outubro de 2016

Eu devia ter virado astrólogo


Quando eu era bem criança, sempre que me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, a resposta era 'caçador de dinossauros'. Depois que percebi que os dinossauros não existiam mais, eu quis ser piloto de avião; depois quis ser astronauta até decidir que, na verdade, o que eu mais queria mesmo era ser ninja. Aí veio a pré-adolescência e eu tinha certeza que seria um jogador de futebol, mas só até descobrir que ator pornô ganhava salário para transar. No fim das contas, após estar em dúvida entre ser militar, ufólogo, ilustrador, biólogo ou músico, descobri, na verdade, que seria um astrônomo. Na falta de uma faculdade de astronomia, acabei optando por desenho industrial e, na metade do curso, passei a fazer design gráfico. Já graduado, ainda continuo em dúvida se serei funcionário público, autônomo ou microempreendedor. A moral da história é que eu deveria ter sido mesmo um mero caçador de dinossauros, ou melhor, de fósseis de dinossauros. Apesar de parecer uma profissão pouco reconhecida, ser paleontólogo é mais gratificante para mim que criar projetos gráficos para clientes mais indecisos que camaleão em frente a um arco-íris. Mas enfim, pensando melhor, talvez ser paleontólogo não seja tão bacana assim...
Nessa de tudo eu quero e nada faço, eu devia ter sido mesmo era astrólogo. Nada melhor que prever o futuro no chute, ganhar a vida fazendo pseudociência impunemente, ficar famoso com teorias conspiratórias hilárias, ficar rico bancando o filósofo, ser chamado de "professor" tendo estudado só até a quarta série e transformar boa parte da sociedade em um bando de idiotas adestrados que repetem tudo que eu falo como se fosse uma verdade suprema. Por que não pensei nisso antes?

Esse aqui, sim, foi esperto

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