segunda-feira, 15 de maio de 2017

O pior jeito de acabar com a fome


Há poucas semanas atrás, lendo alguns comentários no Facebook em uma publicação sobre a Coreia do Norte, me deparei com um comentário específico que mostrava a estupidez humana como ela é. O post era de uma página supostamente de esquerda que falava sobre os milhões famintos e miseráveis da Coreia do Norte reféns da ditadura juche de Kim Jong-un. O post citava como fonte uma matéria do 247. Enfim, um dos comentários mais positivados nesta postagem foi de um sujeito que queria "salvar" o oprimido povo norte-coreano com nada menos que um ataque nuclear. Isso mesmo: ele queria que os EUA soltassem uma bomba atômica na Coreia do Norte para destrui-la e libertá-la da fome, da miséria e da tirania.

É este o remédio para acabar com a fome?

Ora, será que o nosso nobre colega que disse para soltar bombas na Coreia leu a própria estupidez que ele mesmo escreveu? O que é que sobraria da Coreia após uma ataque com as armas nucleares atuais? E será que adianta alguma coisa usar armas de destruição em massa para acabar com a fome de um país?
Enfim, o que a Coreia do Norte precisa não é de bombas nucleares: é de ajuda humanitária. O único tipo de bombardeio aceitável contra a Coreia do Norte é um bombardeio de alimentos, de remédios e de esperança. Isso, claro, considerando como verdadeira a informação de que lá na Coreia do Norte milhões de pessoas realmente estejam na miséria absoluta, pois como a Coreia é um país fechado, não é possível traçar panoramas sobre a pobreza por lá.

Famintos precisam de comida - e não de bombas

Isso me lembrou daquela velha frase de Fidel Castro que dizia que as bombas podem até matar os famintos, os enfermos e os ignorantes. Mas nunca irão matar a fome, as enfermidades e a ignorância. A guerra nunca será a melhor opção. A guerra, ou melhor, o massacre de civis, é a melhor opção apenas na cabeça fascista de algumas pessoas que, infelizmente, perderam totalmente qualquer resquício de humanidade que poderiam ter.


4 comentários:

  1. Opa meu amigo! Como você tá? Fico feliz que ainda esteja ativo neste blog expressando suas ideias.
    Há uns 3 anos atrás tivemos discussões muito produtivas por aqui, e práticas, que inclusive tiveram algum impacto no desenrolar do que viria por acontecer. Bons tempos, mas os últimos dois anos também foram bastante corridos pra mim kkkk me distanciei bastante de discussões na internet e tal por falta de tempo
    Grande abraço pra você e fique bem! Sucesso aí

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    1. Olá, estou muito bem, obrigado.
      Como estou escrevendo todos os dias e tenho recebido muitos comentários diariamente, francamente não me lembro de você, ainda mais assinando como anônimo.
      Mas enfim, valeu pela força.
      Abraço.

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  2. Mais uma vez bato na mesma tecla, Wellington. O problema da nossa sociedade é que grande parte não se dá o trabalho de perceber o "outro"! Pessoas cometem atrocidades diariamente por ignorar seus semelhantes. Se todos agissem da mesma forma como gostariam de ser tratados, ninguém falaria uma besteira dessas, ou alguém gostaria que jogassem uma granadinha em sua própria casa com sua família toda dentro, para que acabe todo seu sofrimento, fome, humilhação, doença? Não tem como viver se nós não respeitamos uns aos outros. Isso vale em qualquer esfera!

    Fernanda Leitão

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    1. Sim, Fernanda, a falta de empatia é um veneno para qualquer sociedade. Outro problema é a radicalização e a simplificação grosseira de soluções. As pessoas também falam demais sem pensar e o resultado é toda essa loucura que temos principalmente na internet. É por isso que eu me sinto na obrigação de desconstruir todos esses discursos rancorosos, belicistas e antipáticos que circulam impunemente por aí.

      Abraço.

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