terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Capitalistas sem capital venderam a alma a troco de nada


Sabe-se que quando alguém faz um pacto com o Diabo, é para ganhar algo em troca. Você vende a sua alma ao Tinhoso e ganha riqueza, fama, poder, beleza, etc. Mas o que não me convence de jeito nenhum é alguém ter dito que fez um pacto com o Capiroto para, no fim das contas, ser um sujeito pobre e lascado na vida. E assim é o pobre de direita. Uma pessoa que defende o capitalismo e o acúmulo infinito de capital deveria ser, no mínimo, rica e poderosa. Mas o que vemos é um bando de pobretões na internet defendendo com unhas e dentes o grande capital, o neoliberalismo, o individualismo, o elitismo, o consumismo e o sonho de um dia ser riquinho. Note que quando uso a palavra "pobres" estou a me referir à classe média também. Ou será que a classe média brasileira acha que é rica? Você que ama o capitalismo tem quantas Ferraris, helicópteros, mansões de luxo, coberturas no Leblon e milhões de reais investidos no tesouro direto? Você que ama o capitalismo é dono de quantos meios de produção? Foi chamado para quantos jantares com o Paulo Skaf? E quantos políticos estão sob a sua "tutela"? Se você não tem nada disso, então você é um pobre de direita, um capitalista sem capital: um cara que vendeu a alma para o Diabo e não ganhou nada em troca.

Eu não sei por que a classe média brasileira tem esse fetiche masoquista de defender um sistema que a explora e a trata com total desdém. Gastar mais da metade do orçamento para pagar escola particular cara, plano de saúde caro e internet ruim, cara e limitada não deveria ser motivo de orgulho para um capitalista – já que para ele, a concorrência do setor privado deveria baratear os serviços, e não encarecê-los. Mas a lógica do capitalismo não é manter de forma civilizada uma competição justa onde o mercado se autorregula. A lógica do sistema capitalista é muito mais perturbadora. A lógica do capitalismo é a lógica da selvageria, do lucro e do egoísmo, onde os grandes sempre destroem os menores para manter seus monopólios e oligopólios.
Enquanto isso, no "inferno" cubano, ninguém lá paga por saúde, educação ou internet: tudo é gratuito. Lá você não precisa vender a sua casa para pagar o seu tratamento de câncer e nem se endividar com o material escolar caríssimo dos seus filhos.


Enfim, os homens mais ricos do mundo agradecem pelo bando de miseráveis que defendem a riqueza deles em troca da própria miséria, tanto a miséria financeira quanto a miséria intelectual.
Reiterando o que foi exemplificado no início desta postagem, a classe média brasileira pró-capitalismo se parece com o Toninho do Diabo, que fez um pacto com o Coisa Ruim para ser um lascado na vida.
Ter uma vida medíocre, cara e que só serve para sustentar os homens mais ricos do mundo não deveria ser motivo de orgulho, mas para a nossa classe média iludida, é.

Se você é assim, parabéns, seu otário! Tome a sua pílula azul e seja feliz com a vida "maravilhosa" que o sistema faz você acreditar que tem.

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