quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Não há solução fora da política


Cuidado, camaradas, estão oferecendo as soluções erradas para os problemas do nosso povo. As pessoas querem emprego, querem passar em concurso público, querem entrar numa faculdade, querem melhorar a renda, querem tratar suas doenças sem gastar uma fortuna, querem qualidade de vida, querem realizar seus sonhos e a solução apresentada pelos canais da burguesia, normalmente, ou passa pela "fé", ou passa pela "meritocracia". Isso é uma mentira para esconder a real solução dos nossos problemas. 

Na verdade, a solução passa pela POLÍTICA, porque é o ESTADO que deve oferecer educação para a formação básica, a redistribuição de renda para criar demanda e saúde universal gratuita para que você não vire estatística. É o Estado que deve cuidar desses investimentos públicos através de políticas inclusivas voltadas para a classe trabalhadora. Falta de emprego, de educação, de oportunidades, de saúde e de renda quase nunca é um problema individual das pessoas. Na verdade, esses são problemas estruturais do capitalismo. Esqueça essa balela de meritocracia, porque ela não existe dentro do sistema capitalista. Tudo no capitalismo é distorcido para favorecer as classes dominantes. Você não é pobre por ser burro, preguiçoso ou incapaz. Você é pobre porque o sistema foi construído para que você e a maioria dos seres humanos fosse saqueada e ficasse desse jeito. Culpar você individualmente pelo seu próprio fracasso é uma cortina de fumaça, porque a verdadeira culpada pelo seu fracasso é a estrutura hierárquica do sistema político-econômico em que vivemos.

Sem política, ninguém muda o mundo.


Entre as camadas mais populares da população é o neopentecostalismo que tem se aproveitado dessa ausência de políticas públicas para fazer lavagem cerebral nas pessoas. Mas é justamente a ausência de políticas públicas do Estado que gera violência, desigualdade, desesperança, desemprego, pobreza, miséria, doença, roubalheira e morte. A religião não resolve esse tipo de problema. As igrejas vendem a ilusão da prosperidade e cobram o dízimo. E aí que o pobre fiel tem uma sensação equivocada de que seus problemas resolver-se-ão com oração, ofertas e jejum. Não me levem a mal, eu entendo e respeito a sensação de acolhimento, de recompensa e de pertencer a um grupo em meio a nossa sociedade excludente e individualista que as religiões proporcionam, mas isso não é solução para os problemas da coletividade. Se ser religioso te faz feliz, então que tu sejas feliz assim. Mas os problemas da sua família, da sua comunidade e do seu país não cairão do céu através de uma graça divina. Eles só serão resolvidos através do engajamento político e da luta social. 

O mesmo alerta também vale para os progressistas que acham que irão acabar com as desgraças do mundo capitalista com pautas identitárias, lacração e memes. Não. Não irão. Para acabar com a pobreza e com a exploração da classe trabalhadora é necessária uma consciência de classe e uma insurreição coletiva contra o capital. Um espírito transgressor despolitizado é só um espírito de porco que serve de joguete para os plutocratas que mandam no mundo e fazem da nossa vida um inferno. É preciso entender a raiz dos problemas e jogar duro contra os reais donos do poder. Do contrário, seremos apenas pobres coitados correndo atrás do próprio rabo.


Um comentário:

  1. Esse papo de meritocracia é uma piada. Como dizem: tudo é questão de Q.I (quem indica)

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