segunda-feira, 17 de abril de 2017

A última sinfonia da humanidade

Professor Ilchenko, em 1942, diante do exército soviético na Segunda Guerra.

Sim, eu sei que é redundante dizer que estamos nos aproximando do fim. Pois assim como profetiza a segunda lei da termodinâmica, tudo caminha de maneira inevitável para perecer diante da finitude. Mas no caso da humanidade, a coisa é um pouco mais dramática, porque o nosso fim será precoce. Digo que 'será precoce' ao invés de 'pode ser precoce', porque estamos fazendo tudo absolutamente errado. Ao invés de disseminarmos o amor, estamos cultivando o ódio. Ao invés de nos apegarmos ao que nos une, estamos nos afastando pelo que nos separa. Ao invés de estendermos a mão para ajudar os mais necessitados, preferimos esnobar, olhando o sofrimento alheio com indiferença. Ao invés de pedir "por favor", estamos dizendo "dane-se". Ao invés de usarmos a diplomacia, estamos optando pela guerra. "Guerra" – esta palavra tão terrível que nunca sai de moda e que tanto sofrimento já causou...

Estamos atravessando o momento mais crítico da história da nossa espécie. Desde a Guerra Fria que não vivíamos com tanto receio do nosso próprio fim. Por isso, antes que tenhamos Hiroshimas e Nagasakis em vários lugares ao mesmo tempo, sugiro que cada pessoa escreva a letra de uma música ou então uma poesia. Uma letra que fale sobre o que precisamos fazer para mudar o mundo para melhor. O que você pode fazer para salvar o mundo? O que eu e você podemos fazer para construir uma humanidade mais humana? O que todos nós podemos fazer para evitar o inevitável?

Depois que escrever a letra, divulgue-a. Seja nas redes sociais, num jornal, em um blog, em cartazes, em um muro pintado de cinza, em um livro ou mesmo num concurso de poesias. Se a letra da sua música vai mudar o mundo, eu não sei. Mas se ela for a última música a ser escrita na história, que seja falando sobre o mundo que todos nós sonhamos. Sobre um mundo que jamais devemos deixar de acreditar que possa existir, mesmo quando o fim estiver próximo.

Se essa for a nossa última sinfonia, que seja então a mais bela de todas...

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