sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O ninja Jiraiya marcou uma geração


Não há um só adulto que nunca tenha tido um ídolo durante a infância. Comigo não foi diferente. Durante bons anos da minha infância, o meu maior sonho era ser um ninja, um ninja igual ao Jiraiya. A TV Manchete durante os anos 80 e 90 foi um verdadeiro celeiro de super heróis importados do Japão, o que fez da minha geração (a tal 'geração Y') uma das mais saudosistas em matéria de seriados live-action nipônicos. E foi justamente através da Rede Manchete que me tornei um fã incondicional do incrível ninja Jiraiya. Eu me lembro – com uma certa saudade, confesso – dos muitos tombos, cortes, arranhões, hematomas e ossos fraturados ao brincar de ser um ninja. Quando eu vestia a minha fantasia de Jiraiya (o que chamam hoje de cosplay), aí é que eu me sentia um verdadeiro ninja. E foi numa dessas travessuras que ganhei a minha primeira fratura e passei um bom tempo com a perna no gesso. Aliás, ô experienciazinha cabulosa que foi usar gesso! Quando a perna coçava, tinha que usar pincéis daqueles bem compridos para dar uma coçada por baixo do gesso. Fora que passar semanas sem imitar o Jiraiya foi um verdadeiro castigo para mim.

Claro que eu me encantei por todos os heróis dos tokusatsus e super sentais da Manchete, tais como Jaspion, Black Kamen Raider, Jiban, Cybercops, Changeman, Flashman, etc. O problema é que nenhum outro me obcecou tanto quanto o Jiraiya. Eu queria ser um ninja e ponto. Tive uma dúzia de espadas de brinquedo e a última delas se quebrou durante uma batalha frenética contra uma caixa de papelão. E essa última me deixou particularmente triste, porque era uma espada cara, que acendia a luz e tinha até uma bainha para guardá-la. Tive também alguns bonecos do Jiraiya com que eu brincava quando não estava imitando o ninja. Lembro até hoje que um dos meus cachorros na época comeu a perna do Barão Owl e quase mutilou também o Dokusai, o que me deixou irremediavelmente irado. Como vingança, amarrei um monte de latas no rabo do coitado do cachorro. Claro que fazer isso com o pobre bicho foi uma covardia, mas, enfim, sabe como é criança.
Outra coisa que eu fazia muito era "lutar" contra monstros imaginários. Qualquer coisa na época virava inimigo: caixa de papelão, árvore, bicho de pelúcia, balão de aniversário, botijão de gás, pneu velho, roupa no varal, saco de roupa velha, boneco joão-bobo e até o velocípede da minha prima virou um "ninja do mal". O bacana de ser criança era que a imaginação fluía livremente, como já dizia a bela canção de abertura dos Muppet Babies: "basta fechar os olhos e fazer de conta que você está em qualquer lugar".

Dokusai em um duelo de vida ou morte com o ninja Jiraiya!

Depois de alguns anos mais velho, cai na real que não tinha como virar ninja. Ninja só faz se arrebentar e apanhar para os caras mais velhos da escola. Mas aquela época bacana da minha infância onde eu achava que podia ser tudo não teria sido a mesma se não fosse pelo incrível ninja Jiraiya. Pobre dessa geração atual que nunca assistiu a TV Manchete. Os adolescentes de hoje nunca terão ideia do que perderam e do quão divertido era ter um super herói como o famoso ninja que marcou a minha infância e toda uma geração.

Jiraiya provando que era ninja de verdade

Para finalizar, deixo a abertura clássica que imortalizou o ninja na memória dos fãs:

0 comentários:

Postar um comentário