terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A aprovação da PEC da Morte consolida a vitória da plutocracia


Normalmente, eu costumo deixar os posts escritos com antecedência para publicá-los mais tarde. Hoje não foi diferente, tinha um post muito bonito falando sobre toda forma de amor e outro mais polêmico sobre o aborto para serem publicados (um dos dois) nesta terça-feira. Mas aí eu recebo a notícia de uma tragédia (mais uma) hoje à tarde de que, no aniversário dos 48 anos do AI-5, a PEC 55 (ex-241) – também conhecida como PEC da Morte – foi aprovada no senado. E, mais uma vez, fui obrigado a escrever sobre política quando não estava a fim.
Lá no fundo, eu já sabia que essa PEC passaria, porque este era o desejo da nossa plutocracia. O Brasil não é e nunca foi uma democracia. Sempre fomos uma plutocracia mal travestida de democracia. E essa PEC é a prova incontestável disso. Me diga em democracia do mundo se congela investimentos em educação e saúde por 20 anos. O que vimos hoje foi a vitória do rentismo, que quer garantir os seus juros megalomaníacos nem que isso custe o sacrifício da saúde, da educação, da previdência e dos direitos trabalhistas. Na hora da crise, apenas o povo paga o pato sozinho. Mas falta de aviso não foi. O Golpe de Estado contra Dilma Rousseff foi apenas a primeira etapa do grande Golpe que tinha como objetivo garantir as mordomias e privilégios da nossa classe dominante.


Não é mais possível haver uma política de conciliação de classes como fez o Lula em seu primeiro governo. No momento atual é necessária uma política de confronto: uma política que sinalize aos plutocratas que a democracia não pode mais ser adiada. Se não houver a união da maioria da população contra os abusos impopulares impostos pela elite rentista, além da PEC da Morte, teremos  essa reforma canalha da previdência e a "flexibilização" das leis trabalhistas. E não basta apenas união por parte do povo: os políticos precisam sentir medo, assim como sentiram nos protestos de 2013. Políticos funcionam na base da pressão. Se o povo não fizer pressão sobre eles, quem fará será a elite plutocrata. E essa elite não está nem um pouco preocupada comigo, com você ou com qualquer um que não esteja entre as 70 mil pessoas mais ricas deste país. A hora do contra-ataque é agora. Ou lutamos por nossos direitos e por eleições diretas já, ou iremos morrer de inanição dentro dos próximos 20 anos em nome da ganância da uma classe dominante egoísta e corrupta. Não há mais escolha e não há mais tempo, a chance de mudar o futuro é ir para as ruas agora. Quem não puder ir a manifestações, pelo menos apoie e divulgue os movimentos e blogs de oposição. O que não podemos a esta altura é ficar inertes diante da destruição do próprio país.

2 comentários:

  1. Não vejo manifestações,panelaço,vaias por parte do público por causa disso,simplesmente aceitamos e vai ficar assim,a tendência e só a piorar,uma provável ditadura não está tão longe como imagino

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Até houve manifestações, mas a maioria delas teve pouca aderência popular. As mais numerosas foram reprimidas pela polícia. Parece que a lavagem cerebral midiática unida com a apatia ganharam essa queda de braço. E ainda vem mais desgraça por aí...

      Excluir