sábado, 6 de fevereiro de 2016

Objetificação: Street Fighter e Globeleza



Quem nunca ouviu falar de "objetificação feminina" que atire a primeira pedra. Eu já escrevi uma penca de posts falando sobre esse assunto e já tinha até me cansado dele. Porém, me vi na obrigação de voltar a falar deste tema depois que as redes sociais se infestaram de pessoas reclamando da garota Globeleza e das roupas da lutadora Laura no game Street Fighter 5. Prometo ser breve desta vez, vamos lá:


Ok, eu concordo com muitos argumentos do pessoal que afirma que as mulheres são retratadas de forma inadequada pela mídia, pelos games, comerciais, quadrinhos, etc. Acho que as mulheres podem e devem reclamar da maneira com a qual as personagens são mostradas, até porque quase sempre quem decide como a mulher vai aparecer nessas mídias são os homens. Acho a reclamação exagerada, mas justa. O que eu não concordo são com as soluções propostas, especialmente por moralistas e feministas mais radicais que é, adivinhe o quê: a censura. Vejo gente por aí pedindo o fim da garota Globeleza, o fim de roupas sensuais em games, o fim da sensualidade em comerciais... Pedir o fim dessas coisas é uma solução radical demais e que vai contra a liberdade de expressão – além de ser contra a própria escolha das mulheres que gostam de usar sensualidade e pouca roupa. As minhas propostas para solucionar isso são polêmicas, mas não ferem a liberdade de expressão. E são:

No caso dos games
Censurar as roupas das lutadoras no Street Fighter 5 é uma grande tolice. O ideal seria que houvesse opções de customização de roupas e de poses de luta. Assim sendo, você poderia pegar uma personagem (tanto masculina quanto feminina) e colocar a roupa que quisesse. Se quisesse a Laura quase pelada e sensualizando, você poderia escolher essa opção; se você quisesse o Ryu quase pelado e sensualizando, poderia escolher também. E o oposto também vale: o jogador poderia optar por uma Laura ou um Ryu mais recatados, com mais roupa ou com poses comuns. Assim seria possível agradar a gregos e troianos.

No caso da Globeleza
Acho desnecessária a proibição, porque parece um moralismo muito contraditório. Ora, nós vivemos num país onde os nossos antepassados (os índios) andavam sem roupa, onde as pessoas usam pouca roupa por causa do clima e onde as mulheres andam quase nuas nos desfiles carnavalescos. Acho tosco e sem noção proibir. A minha solução para isso pode parecer incrivelmente gay, mas é a mais justa: deveria existir um garoto Globeleza também. O vídeo abaixo fez uma paródia disso, saca só que doideira:


 
 

Da mesma forma que nos primórdios do Pânico na TV existia a Mulher Samambaia e o Homem Bambu, o que era um exemplo de igualdade, poderia existir o mesmo com relação a todo o resto. Se assim fosse, apenas os moralistas teriam algo a argumentar, porque os masculinistas e feministas cairiam automaticamente em contradição diante de qualquer reclamação neste caso. Eu sou um defensor da igualdade, e não do moralismo.

Quanto ao exagero nas reclamações, eu prefiro indicar este texto maravilhoso de Bianca Freitas ao invés de repetir os argumentos dela.

Não gostou? Então desculpa, eu não emito opinião para agradar ninguém. Ainda bem.

0 comentários:

Postar um comentário