quinta-feira, 14 de julho de 2016

Os EUA estão, sim, por trás da desestabilização política do país

Moro não foi aos EUA para passear na Disney

No post anterior sobre esse assunto, deixei margem para uma interpretação equivocada sobre a influência política dos EUA na América Latina, em especial no Brasil. Embora ninguém tenha reclamado, é possível que algumas pessoas tenham ficado com a impressão que eu odeio os EUA ou que estou alimentando uma espécie de xenofobia contra os EUA. Não. Não é disso que se trata. Os EUA como nação, como sociedade, é uma grande nação. É uma nação amiga do Brasil que tem na sua liberdade, na sua história, no seu patriotismo e no seu legado cultural exemplos que são respeitados no mundo inteiro. O problema dos EUA está no seu Estado, no Pentágono, na CIA, nas suas grandes oligarquias, nas suas multinacionais usurpadoras e na sua política externa. São eles que são responsáveis por toda essa instabilidade política que ocorre atualmente na América Latina.
O povo dos EUA, as pessoas que vivem suas vidas normalmente no solo americano, são neutras e não causam qualquer influência negativa a outros povos. Na verdade, a população dos EUA sempre foi vítima da canalhice avarenta de sua plutocracia predatória. As guerras do Vietnã e do Iraque são provas disso, porque milhares de norte-americanos morreram inutilmente nesses conflitos por ganância das suas elites oligárquicas. Tirando os racistas e a extrema-direita, o povo americano de um modo geral é pacífico e produziu muita cultura que foi absorvida de forma positiva em várias partes do mundo. Não existe nenhum motivo para odiar os EUA como nação. O problema, repito, é o tipo de sistema adotado pelas oligarquias ianques que não poupa nem os seus próprios cidadãos.
Há pouco tempo li um post excelente onde o jornalista Miguel do Rosário explica porque mesmo sendo de esquerda, ela ama os EUA. Ama, inclusive, muito mais os EUA que os coxinhas e explica cada uma de suas razões. O texto dele segue no link abaixo:

-O Cafezinho: Porque eu respeito e amo os Estados Unidos muito mais do que os coxinhas

Tá aí uma coisa boa inventada pelos EUA: o movimento hippie

Esclarecido isso, vamos aos fatos. A política externa dos EUA é predatória e não respeita nenhuma nação que não tenha armas nucleares. Tudo que o Estado e os oligarcas puderem fazer para o autoenriquecimento, eles farão. O imperialismo e a neocolonização são consequências da expansão dos domínios dos EUA por questões econômicas e políticas. É verdade que a Guerra Fria acabou, só que o problema hoje é outro. O Brics é uma ameaça aos EUA, estamos nos aproximando de uma crise internacional do petróleo, o dólar está ameaçado pelo crescimento da China, o capitalismo está atravessando mais uma crise: tudo isso torna urgente a necessidade da Casa Branca reverter os riscos contra os EUA. E o Brasil não é exceção no mapa dessa intervenção dos EUA, porque aqui temos riquezas naturais que possuem um grande valor econômico. Note que isso é bem diferente da globalização, que é a multiplicidade de relações econômicas saudáveis entre diversos países. Diferentemente da globalização, o imperialismo quer a submissão econômica, política e cultural dos países dominados. Apesar de nos EUA existirem políticos fantásticos como Bernie Sanders e Alan Grayson, a maioria dos políticos americanos são conservadores e não dão a mínima para a situação de desigualdade da América Latina.
A seguir, como prova, vou deixar quatro links que confirmam que os EUA – ou melhor, suas oligarquias – estão por trás tanto do Golpe quanto da tomada dos nossos recursos naturais:

-Pragmatismo Político: EUA estão agindo para desestabilizar a América Latina
-O Cafezinho: Wikileaks vaza bilhete sobre cooperação entre Sérgio Moro e EUA
-RBA: Governo invisível dos EUA e sua influência no Golpe em marcha no Brasil
-Revista Forum: Chomsky - Este é o momento mais crítico na história da humanidade

Imperialismo: desenhando para quem não entendeu

Mas os EUA não cantariam de galo nas terras tupinambás se não tivéssemos cúmplices de Washington aqui dentro do nosso próprio país. Temos traidores da pátria que estão dispostos a entregar até o último centavo das nossas riquezas possivelmente em troca de algumas migalhas. Engraçado que os coxinhas carregam um ódio brutal contra o PT, mas são incapazes de sentir qualquer tipo de indignação contra quem está nos traindo e nos saqueando. Patriotismo nunca foi o forte dos empanados massa de manobra da mídia corporativa. Como já estou farto de repetir, essa gente só pensa em si e em comprar gadgets baratinhos na Flórida sem pagar imposto. Não estão interessados em questões patriotas. Não estão interessados em soberania nacional e alimentam um complexo de vira-latas que só serve para ajudar a manter o país na eterna faixa dos subdesenvolvidos.
Patriota foi o Marechal de Ferro Floriano Peixoto, que, segundo reza a lenda, peitou a Inglaterra lá no século XIX e disse que receberia os ingleses na bala caso eles ousassem colocar os pés aqui para impor sua política. Pena que nomes como Floriano Peixoto e até Fidel Castro nunca serviram de inspiração para quem nunca soube o que é patriotismo. Nenhum país será respeitado enquanto se comportar como um covarde que prefere entregar suas riquezas a bater no peito e dizer que os usurpadores serão recebidos à bala.   

E foi assim que Cuba peitou os EUA mesmo sem ter bombas atômicas

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