sábado, 16 de julho de 2016

Turquia ensina ao Brasil como combater um Golpe de Estado


Enquanto no Brasil as pessoas fazem vomitaço na página dos golpistas e assistem inertes a um Golpe de Estado "branco" dado por corruptos, na Turquia, a coisa foi um pouco menos passiva. O Golpe turco era muito mais ameaçador que o brasileiro, com tanques, helicópteros, soldados com uniformes e armamento de guerra, militares ocupando o aeroporto e a tevê estatal. O presidente turco fez um comunicado nas redes sociais pedindo para o povo ir para as ruas e o povo assim o fez, armados apenas com bandeiras da Turquia e celulares. Ao contrário do que se pensou, não houve uma chacina de civis, muito pelo contrário. Não havia espaço para os tanques passarem nas ruas e as pessoas pediam para os tanques voltarem, sem violência. Os tanques não dispararam e nem os manifestantes apedrejaram os tanques. Os golpistas recuaram, os militares revoltosos foram detidos e Golpe foi abortado. Apesar das baixas e dos feridos, o número de vítimas foi espantosamente menor do que se estimava em caso de um conflito.
A grande dúvida do mundo diante disso é: como é que o povo turco aborta um golpe sob ameaça de armas e o povo brasileiro não consegue abortar um golpe sem tanques, sem helicópteros e sem soldados, comandado por um grupo de políticos decadentes e fichas-sujas?


Pois é, não demorou até o ex-presidente turco Abdullah Gül dizer à CNN: “Não confundam a Turquia com um país da América Latina ou da África. Ninguém pode tomar o poder do dia para a noite.”

#chupabrasil

2 comentários:

  1. Essa posição passiva é muito encrustada na gente, de forma geral. Eu, por exemplo, tenho como hobby "platinar" jogos. Este ano, eu tinha planos de platinar: Infamous Second Son, MGSV TPP, MGS3, Far Cry 4, franquia Uncharted (4 jogos), franquia God of War (5 jogos) e Assassin's Creed Rogue. Mas já estamos na metade do ano e apenas os 2 primeiros se concretizaram.

    Enfim, se eu sou passivo (leia-se: preguiçoso) em uma tarefa relativamente simples, mas trabalhosa, imagina impedir um golpe parlamentar...

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    1. Sim, sem dúvida. Essa posição passiva do brasileiro é praticamente cultural. O brasileiro é, de um modo geral, muito moroso e acomodado. E para piorar, a esquerda e a ala progressista têm um modus operandi muito ruim, desorganizado e ineficiente. Um exemplo disso é essa mania de fazer manifestações no meio da semana e em um horário que o trabalhador está cansado, voltando para casa, pegando um trânsito que está sendo atrapalhado pela própria manifestação. O MPL, outro exemplo, não tinha Twitter e nem páginas no Facebook ativa em 2013.

      Outro problema é que esses golpes parlamentares são lentos, graduais e com todo um verniz de "legalidade" que causa receio e dúvida mesmo entre os que são contra ele. Esse golpeachment está ocorrendo em etapas e ninguém sabe se a Dilma vai mesmo voltar ou não, o que deixa as pessoas ainda mais em dúvida. E como você citou no seu exemplo, para piorar mais ainda, somos preguiçosos mesmo.

      Este post é para causar justamente essa reflexão e para acordar as pessoas deste país.

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