domingo, 25 de março de 2018

Um instante de lucidez no STF


Dizem que o Brasil está dividido entre esquerda e direita. Outros dizem que o Brasil está dividido entre coxinhas e petralhas. Mas isso não é verdade. A divisão que há no Brasil atualmente é entre golpistas e legalistas. Os golpistas são aqueles que apoiam o Golpe que tirou a social democracia burguesa para colocar o neoliberalismo das elites no seu lugar. Quem apoia os partidos que estão no poder, a política de austeridade e os ataques contra a Constituição está do lado dos golpistas. Mas quem apoia o cumprimento da lei e o respeito às vozes das urnas está no lado legalista. E isso independe de você ser de esquerda ou de direita.

O STF, que vinha se mantendo acovardado diante das arbitrariedades, pela primeira vez desde o Golpe de 2016, resolveu ser legalista. Os golpistas e a nossa elite do atraso estão furiosos com a decisão do STF de julgar o habeas corpus de Lula, o que evita, na prática, que ele seja preso na Semana Santa. Se Lula fosse preso na Semana Santa, seria mais difícil de mover a militância devido ao feriado. Por isso os golpistas queriam tanto a prisão do Lula para agora. Mas parece que essa foi a segunda derrota dos golpistas. Primeiro foi a não aprovação da reforma da previdência e, agora, a não prisão de Lula no momento calculado por eles. O STF está, antes de tudo, de parabéns por ter tido a coragem de peitar as oligarquias que exigem a prisão de Lula. É preciso elogiar e incentivar os ministros por essa decisão histórica, porque apesar deles não terem feito mais que a obrigação deles, os golpistas irão pressioná-los e ameaçá-los de todas as formas para que Lula seja preso de qualquer jeito.

Nessa caçada judicial sem limites contra Lula (que possui apoio massivo da Globo), o que resta é que os legalistas se unam e demonstrem total apoio às garantias constitucionais. Prender um homem sem provas cabais de seus crimes é um ato de transgressão contra os direitos de todos nós. Hoje pode ser Lula preso sem provas, amanhã poderá ser você. E eu não quero voltar a viver em um país onde não exista mais o estado democrático de direito.

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