segunda-feira, 21 de março de 2016

Não defendo bandido, defendo a democracia

Não me confundam com esses daí

Tem me irritado a insistência e a agressividade com que algumas pessoas tem me questionado por que, segundo elas, eu estou "defendendo o bandido do Lula". Para começo de conversa, eu não sou e nunca fui petista, não sou filiado ao PT e só votei no PT no segundo turno por falta de opções melhores. Portanto, esse negócio de me xingarem de "petralha" não tem o menor sentido. Eu, assim como todos os brasileiros minimamente coerentes, sou contra a corrupção de todos os partidos. Se o Lula ou a Dilma tiverem roubado um palito de dente que seja, que eles paguem por isso. Ninguém está acima da lei, ponto. Enfim, dito isso, quero que fique claro que não estou defendendo corrupção e nem os "petralhas". Eu estou defendendo duas coisas: a justiça e a democracia.


Moro, Lula e a mídia
O que o juiz Sérgio Moro tem feito é um verdadeiro atentado à própria justiça, porque ele entregou para a imprensa os grampos das investigações que ele conduzia: grampos esses que eram para ser segredos de justiça. Como o processo de investigação contra o Lula ainda está em aberto, em andamento, não se pode divulgar conversas sigilosas dessa maneira, até porque isso atrapalha as próprias investigações. Quando Lula assumiu o Ministério da Casa Civil, as investigações saíram da competência do juiz Moro para o STF, a corte máxima do país. Não houve obstrução alguma da justiça com esta nomeação, porque ao invés de ser julgado por um juiz arbitrário, Lula agora será investigado e julgado por onze ministros do STF. Se é que alguém não percebeu, Sérgio Moro está perseguindo o Lula politicamente, basta ver a ilegalidade da condução coercitiva a qual ele foi submetido. Sem contar que, Lula – como articulador na Casa Civil – pode evitar que o país piore ainda mais com a crise – além de poder voltar a dialogar com o PMDB, evitando que o corrupto do Cunha derrube a presidenta Dilma por "pedaladas fiscais" que, aliás, não são e nunca foram crime de responsabilidade. Para quem não sabe, todos os governadores do nordeste fizeram pedaladas, tanto é que eles estão contra o impeachment para que a queda da Dilma não sirva de pretexto para derrubá-los também pelo mesmo motivo.
E para piorar, como se todo esse abalo sísmico político não fosse o suficiente, a grande mídia, em especial a Globo, está obcecada com a ideia de incriminar o Lula sem provas concretas. A Globo está jogando o material de investigação de Moro no ar de forma totalmente distorcida e manipulada para a audiência julgar por si mesma se ele é culpado ou não. Isso, sim, é um verdadeiro crime que a Globo pratica impunemente, porque ela sabe que nunca será punida por fazê-lo. O PIG está colocando fogo no país para incentivar uma revolta contra o Lula e contra o governo. Isso é escandalosamente ridículo, irresponsável e golpista.


Enfim, não creio que as coisas terminem numa guerra civil, como alguns andam dizendo, até porque eu acho que é mais fácil ter uma guerra civil no Brasil por causa de futebol, do que por causa de política. O maior problema vai ser a não aceitação do impeachment por parte da numerosa ala pró-governo. O lado golpeado não vai aceitar de jeito nenhum a queda ilegítima de Dilma Rousseff. Em caso de assumir o poder, Michel Temer sabe que a força vai ser necessária para conter os revoltados, o que poderá justificar um Estado de Exceção e uma ditadura parlamentar. Nesse caso, a Lava Jato seria obstruída e os bandidos continuariam roubando sem o PT, a PF e o MPF para atrapalhar com todos os alienados achando que tudo está uma maravilha com os números manipulados pela mídia e pelo 'Datafalha'.

Será que é isso que nós queremos?

Por isso eu insisto: temos que respeitar democracia e defender uma justiça justa e imparcial de verdade.

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