sábado, 3 de fevereiro de 2018

Escolha já sua religião, ou não


As nossas crenças religiosas são determinadas na grande maioria das vezes pela região geográfica que nós nascemos, pela época que vivemos e pela influência dos nossos pais. A probabilidade de alguém que nasce na Índia ser hindu hoje é muito maior do que ser cristão ou umbandista, por exemplo. Daí que a religião que seguimos não faz parte uma escolha plenamente consciente, já que somos doutrinados desde a mais tenra idade a seguir a religião predominante da nossa família ou da nossa cultura. E este é, ao meu ver, um dos maiores problemas das religiões, pois não costumamos ter liberdade escolha. Somos praticamente obrigados a passar a vida inteira seguindo preceitos, dogmas e rituais que nos foram impostos, isolados na bolha da nossa própria visão religiosa. E se mudamos de religião ou viramos ateus, normalmente somos excluídos e mal vistos pela sociedade e pela nossa família pelo "crime" de apostasia. Será mesmo que as religiões são libertadoras para nós?

É muita religião!

Outro grande problema das religiões é a visão exclusivista da realidade. Se você crê numa religião, quase tudo que as outras pregam passa a ser errado, heresia ou blasfêmia. Todas se acham a única verdadeira. Mas ora, se a verdade, a realidade, é uma só, então por que 'existem' tantos deuses e religiões que são totalmente opostos entre si? Por que o que um muçulmano crê no mundo islâmico tem que ser a verdade absoluta e o que o budista crê, não (e vice-versa dependendo do ponto de vista)? Por que as revelações da Bíblia são consideradas legítimas no ocidente e as do Corão, não (o contrário também, na visão dos muçulmanos)? Essas visões conflitantes do que vem a ser 'deus' é algo que só serve para gerar conflitos, fanatismos e rupturas entre os povos. Se deus é um só, então não devíamos ter uma única religião no mundo ao invés de várias?


Como descrente, acho que as religiões são mera criação humana para tentar trazer significado à nossa existência e para tentar manter uma certa ordem social. Não consigo imaginar que nenhuma entidade divina se revele através de livros velhos ou de homens imperfeitos (quando não de índole duvidosa). Acho que a experiência de sentir um deus é algo totalmente único e intransferível. A religião me parece muito mais uma prisão do que um meio de libertação, de autodescoberta e de plenitude espiritual. Não por acaso eu passei a me sentir muito mais feliz quando deixei de ser religioso.
Se um deus realmente existir, certamente ele deve ser muito diferente do que todos nós tentamos imaginar através da nossa ingênua e egocêntrica visão do cosmo.

A seguir vou deixar um vídeo reflexivo que resume bem o meu modo de encarar as religiões:


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Cara, descobri teu blog hoje e é incrível como me identifico com teus textos. Essa parte "se deus realmente existir, deve ser bem diferente do que costumamos pensar" é algo que vivo dizendo. Quer um upgrade? Sugiro, ou melhor, indico fortemente o livro "Despertar, um guia para a espiritualidade sem religião [e sem deuses]", de Sam Harris.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Conheço o Sam Harris, mas nunca li esse livro dele. Sobre deus, o único que eu realmente tenho chance de acreditar é este aqui.

      Excluir