domingo, 29 de julho de 2018

A lua vermelha e o medo do comunismo


É claro que diante de toda a paranoia macarthista que vivemos hoje no Brasil não poderiam faltar os memes sobre como os reaças viram o fenômeno da lua vermelha ou lua de sangue. Vendo alguns desses memes sobre a "lua comunista", acabei recordando que muitas das estórias que os conservadores contam sobre o comunismo não passam de fantasia pura. Quando os reaças dizem que "comunista come criancinha" ou que "o comunismo matou milhões", eles criam uma narrativa feérica – uma espécie de folclore mítico – para manter as pessoas com medo do socialismo, afastando do debate político qualquer ideia de igualdade ou de justiça social.

Essa narrativa fundamentada no medo torna as pessoas ignorantes sobre o que de fato é o socialismo e ainda por cima as mantém presas a um sistema cujas mazelas são minimizadas diante do conformismo de ideias do tipo: "o capitalismo é o sistema menos pior" ou "o capitalismo deu certo". O medo leva à passividade e à cegueira diante de problemas que pioram a cada dia por ausência de um debate amplo. Os países de social democracia só evoluíram porque romperam seus preconceitos sobre o socialismo e incluíram vários de seus elementos em seu sistema. Se aqui no Brasil as pessoas continuarem achando que toda esquerda é comunista e que todo comunismo é mau, nós buscaremos por conta disso soluções erradas e perigosas para os nossos problemas econômicos e sociais. É por isso que ideias protofascistas estão em alta no nosso país. Soluções simplistas, grosseiras, reducionistas e imediatistas apresentadas por candidatos que se consideram "salvadores da pátria" na luta contra um "inimigo comum" são um atalho perfeito para o desastre.


Por tudo isso é importante desbestializar e desemburrecer as pessoas. Eu tento fazer a minha parte através deste bloguinho, mas sozinho o meu esforço é inútil. As pessoas que têm consciência social e política precisam desalienar as pessoas para evitarmos um desastre. O país só irá melhorar se as pessoas deixarem seus medos e preconceitos de lado para iniciar um debate político maduro e sério.

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